Política

Ronaldo Caiado ficou sozinho e isso não é nada bom

Ronaldo Caiado está isolado e é o único governador do país na trincheira de oposição à reforma tributária que caminha no Congresso

Não existem feridas com Lula, diz Caiado à revista Veja
Não existem feridas com Lula, diz Caiado à revista Veja (Foto: Wesley Costa - Governo de Goiás)

Ronaldo Caiado está igual à icônica composição de Peninha eternizada nas vozes de Tim Maia, Sandra de Sá e Caetano Veloso: sozinho. O governador de Goiás olha para os lados e o verso “onde está você agora?” faz todo sentido. Na oposição à reforma tributária que caminha no Congresso Nacional, Caiado está igual ao eu lírico da música e isso não é nada bom.

Caiado sim ganhou espaço na imprensa nacional por ser a voz da discórdia no debate sobre a reforma tributária como único governador contrário ao projeto. Contudo, experiente que é, sabe que aparecer em situação de fragilidade não é tão legal. Na política, isolamento é a maior das fragilidades. Tanto que o ditado “caititu fora da manada é comida de onça” é dos mais populares nas rodinhas de Brasília. 

Parece que a oposição de Caiado à reforma se dá mais pela perspectiva política do que técnica. Ao menos é o que dizem alguns economistas. Para ter viabilidade em 2026 na corrida presidencial, ele precisa fazer contrapontos desde já para se colocar como opositor de Lula. Mas a impressão que passa é que não foi uma estratégia inteligente. Como não convenceu nenhum outro governador a embarcar em sua tese, Caiado agora é tido como intransigente.

Um recuo agora custaria caro à imagem que Caiado construiu na política, como alguém de opinião. Ele foi muito longe na crítica e corrigir a rota neste momento poderia aparentar uma maleabilidade de posições que não é como ele gosta de ser percebido. 

Será que, no silêncio da noite, Caiado fica imaginando como poderia ter feito diferente?

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Wesley Costa – Governo de Goiás