Coluna do Pablo Kossa

Vaca Amarela é uma história de amor à Goiânia e à arte

Vaca Amarela começa hoje e sua história de 22 edições mostra que trabalho pela cultura quando longevo e compromissado gera frutos

Festival Vaca Amarela em sua 22ª edição
Festival Vaca Amarela em sua 22ª edição

Vaca Amarela começa hoje sua 22ª edição e um pedaço grande do meu coração estará no Martim Cererê. De hoje até domingo, mais de 50 nomes de incontáveis estilos desfilarão seu talento pelos três palcos do icônico espaço cultural do Setor Sul. Haja fôlego para quem vai assistir. E quadruplique o pique para quem vai trabalhar no evento. Falo por já ter sentido isso na pele por 10 anos.

Poucas coisas, seria possível elencar nos dedos de uma única mão, me dão mais orgulho que a história desse festival. Criei o Vaca Amarela em 2002 com a mais egoísta das ambições: criar um palco para que minha banda se apresentasse. Rolou no Maqna Rock, boate que funcionava no Setor Bueno. Chamei bandas amigas, contei com a consultoria do Segundo da Two Beers e o festival aconteceu. Foi um sucesso.

Depois disso, ano após ano, o Vaca Amarela animou os setembros de Goiânia, somente interrompido, por motivos óbvios, durante da pandemia. Tanta gente legal trabalhou no festival, tanto artista massa se apresentou, tanta coisa inacreditável aconteceu nos palcos do Vaca que a alegria me transborda quando penso nessa trajetória.

Trabalhei no festival nas mais diversas funções até a décima edição. Cansei do estresse absurdo que é produzir um evento desse porte. É muita responsabilidade nas costas dos organizadores aliada à chance sempre considerável de um prejuízo financeiro colossal. Não me sentia mais confortável com tamanhos desafios. Passei a bola do Vaca Amarela para amigos queridos dos quais o João Lucas Ribeiro estava e ainda hoje toca o trabalho de produção. Que orgulho sinto dele e que admiração tenho por sua coragem.

Pense comigo: estamos num país onde mais de 70% dos empreendimentos não resiste dez anos abertos. Você ter um festival alternativo em Goiânia por 22 edições é admirável. João Lucas merece todos aplausos do mundo por tamanha perseverança.

Que a juventude se divirta nos três dias de festival. Que os artistas apresentem seu melhor. Que a produção consiga manter a sanidade e terminar o trabalho com um dinheirinho justo no bolso.

O Vaca Amarela é um presente para Goiânia. Que a cidade aproveite.   

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução