Ilha do Governador

Agressor filmado no caso de racismo em shopping prestará depoimento no RJ

Um dos policiais que foi filmado agredindo um jovem negro no Ilha Plaza Shopping na…

Agressor no caso de racismo em shopping da Ilha do Governador prestará depoimento nesta segunda
Um dos policiais que foi filmado agredindo um jovem negro no Ilha Plaza Shopping na última quarta-feira (6) prestará depoimento nesta segunda, às 14h, na 37ª DP, da Ilha do Governador. Em seguida, será agendado o segundo depoimento, do outro policial envolvido no caso. O delegado Marcus Alves, que já ouviu testemunhas e a vítima, enxerga indícios de crimes de racismo e abuso de autoridade. Os agressores foram identificados como Diego Alves da Silva, soldado do Batalhão de Choque, e Gabriel Guimarães Sá Izaú, agente do programa Segurança Presente.

Um dos policiais que foi filmado agredindo um jovem negro no Ilha Plaza Shopping na última quarta-feira (6), no Rio de Janeiro (RJ), prestará depoimento nesta segunda, às 14h, na 37ª DP, da Ilha do Governador.  Em seguida, será agendado o segundo depoimento, do outro policial envolvido no caso. O delegado Marcus Alves, que já ouviu testemunhas e a vítima, enxerga indícios de crimes de racismo e abuso de autoridade. Os agressores foram identificados como Diego Alves da Silva, soldado do Batalhão de Choque, e Gabriel Guimarães Sá Izaú, agente do programa Segurança Presente.

As agressões aconteceram contra o jovem Matheus Fernandes, de 18 anos, que havia se dirigido à loja Renner para trocar um relógio que comprara de presente para seu pai. Sem ter feito nenhum movimento suspeito, ele foi retirado da loja pelos dois policiais, que prestavam serviços de “apoio de inteligência” a uma empresa de segurança terceirizada do Ilha Plaza Shopping. Em seguida, começaram as agressões físicas. Matheus foi arrastado até a escada de emergência e chegou a ter uma arma apontada contra sua cabeça, mesmo enquanto tentava mostrar a nota fiscal do relógio. A situação só foi amenizada quando outros funcionários do shopping intervieram e gritaram para que os policiais cessassem as agressões.

Neste domingo, o delegado afirmou ao GLOBO que vai ouvir um dos policiais nesta tarde, às 14h. Ainda nesta segunda será combinado com o advogado o depoimento do segundo policial. Alves respondeu que há indícios de crimes de racismo e de abuso de autoridade e quer elucidar o motivo das agressões cometidas contra o jovem. Na última sexta, ele ouviu funcionários do shopping como testemunhas e o próprio Matheus. Pelas imagens registradas, o delegado disse que o jovem não oferecia risco e a abordagem foi “inadequada”, e ocorreu em “função de sua cor”

O promotor Sauvei Lai, da 30ª Promotoria de Investigação Penal, está acompanhando o caso. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ele afirmou que os recentes episódios noticiados de racismo no Rio e em São Paulo, onde houve agressão contra um entregador de aplicativos durante uma entrega, são oportunidade para o Ministério Público e a polícia punirem racistas com o rigor da lei.

— O inquérito foi instaurado pra apurar as circunstâncias de um crime de racismo, que é a lei 7716. Com a descoberta que eles são policiais militares, e atuando como policial numa abordagem policial de forma tão desproporcional, eles responderão por um segundo crime: o crime de abuso de autoridade da nova lei 13869 — explicou ele, sobre o caso no shopping.

Também ao Fantástico, a vítima Matheus Fernandes, que é entregador de aplicativo assim como a vítima de São Paulo, explicou que o relógio era um presente para seu pai. Ele faria uma surpresa após parcelar a compra em oito vezes.

— Eu comprei o relógio um dia antes, aí eu comentei com o meu pai sobre relógios, tudo o mais, mas ele falou que um relógio maneiro era de outro modelo. O que eu comprei era muito diferente com o que ele tinha falado, então eu pensei em trocar — disse o jovem, que questionou os seguranças quando foi abordado. — Falei por que isso? por que o senhor vai me tratar como ladrão, se eu estou aqui todo dia? Eu estava com a nota fiscal e o relógio na mão esquerda, e na direita minha identidade. Mas ele nem quis ver. Do nada ele botou a arma na minha cabeça e perguntou se eu estava maluco e queria morrer.

Em nota, o Ilha Plaza afirmou que a empresa terceirizada que fazia a segurança foi afastada imediatamente pela administração do shopping. Já a Polícia Militar respondeu que a Corregedoria abriu uma apuração sumária para verificar a conduta dos policiais.