NA ALEGO

Agronegócio vai se organizar contra taxa que Caiado quer criar, diz Aprosoja

Consultor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Cristiano Palavro…

Agronegócio vai se organizar contra taxa que Caiado quer criar, diz Aprosoja (Foto: Reprodução)
Agronegócio vai se organizar contra taxa que Caiado quer criar, diz Aprosoja (Foto: Reprodução)

Consultor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Cristiano Palavro afirma que o agronegócio goiano irá se organizar contra taxa que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) quer criar para o setor. “A batalha será no Legislativo”, disse ao Mais Goiás.

Vale citar, Caiado disse a 23 deputados, na quarta-feira (9), que enviará ainda nesta semana um projeto de lei para criar uma contribuição sobra a produção do agro. O percentual pode chegar até 1,65%.

Presente, o presidente da Alego, Lissauer Vieira foi contrário. Pelo Instagram, o parlamentar – que faz parte da Aprosoja – manifestou contrariedade e disse acreditar em outras formas para compensar a queda de arrecadação do ICMS – por causa de lei federal que reduziu a cobrança em combustíveis.

Inclusive, Caiado justificou que as lideranças do agronegócio apoiaram a iniciativa de Bolsonaro para limitar o ICMS, e que já fez os cortes que podia. Segundo ele, neste momento todos devem contribuir.

Mas de volta a Aprosoja, Cristiano reforça que “o esforço será junto aos deputados da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), já que o Estado parece que não irá recuar. Haverá um movimento grande”. Ele acredita que a votação já ocorra na semana que vem, uma vez que trata-se de projeto de lei ordinária e que só precisa de 21 votos.

“1,65% de taxa no agronegócio é agressivo. Em um período de custos de produção exorbitante. Da safra passada para esta esse custo aumentou 88%. E os preços da soja vêm caindo desde o primeiro semestre. A margem de lucro está apertada e esta taxa será sobre o faturamento bruto. Isso vai refletir em problemas ao consumidor, pois a tendência é repassar a toda cadeia”, arremata Cristiano.

Destaca-se, o dinheiro arrecadado irá para um fundo que terá administração pela Secretaria de Infraestrutura. A medida já ocorreu em outros Estados do Centro-Oeste.

Aprosoja-GO sobre taxa de Caiado sobre o agronegócio

A Aprosoja também se manifestou por nota sobre a taxa. Confira a seguir:

“A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (APROSOJA-GO) reitera seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de tributação sobre o setor agropecuário de Goiás, como deseja o governador reeleito Ronaldo Caiado, para recompor perdas na arrecadação de ICMS. Sobrecarregar ainda mais o setor responsável pela segurança alimentar é uma estratégia extremamente danosa e gerará efeitos contrários ao esperado.

O aumento de tributos nesse setor produtivo atingirá diretamente a população goiana. Mais tributos elevarão o custo de produção dos alimentos que, automaticamente, vão chegar mais caros aos supermercados. Elevação de custos nos grãos também se reflete imediatamente nas cadeias pecuárias, que utilizam, principalmente, soja e milho na alimentação animal. Convém lembrar o uso de derivados da soja em diversos produtos industriais, farmacêuticos e no biodiesel, por exemplo.

Ampliar a tributação no setor agropecuário prejudicará a economia goiana, que hoje tem grande dependência do setor rural, sendo o agro o principal motor econômico e de bem-estar social nos municípios onde está inserido. Novos impostos desestimulam investimentos no setor e limitarão o crescimento da produção agropecuária no Estado.

Não esperávamos essa atitude do governador Ronaldo Caiado! Mesmo porque, em outras oportunidades, ele também se mostrou contrário à tributação do setor agropecuário justamente por compreender as consequências disso. Ademais, cogitar aumento de tributos diante das incertezas político-econômicas no cenário nacional é uma atitude repudiável, que vamos combater com veemência junto com as entidades representativas dos produtores rurais de Goiás!

Conclamamos os parlamentares goianos da atual legislatura, bem como os eleitos, a repudiarem quaisquer taxações sobre a agropecuária goiana! Esperamos que tenham plena consciência sobre os prejuízos dessa matéria e se manifestem contra a aprovação de qualquer projeto de lei neste sentido. Nossa posição é muito clara e objetiva: NÃO À TAXAÇÃO DO AGRO!!!”

Joel Ragagnim

Presidente da Aprosoja-GO

Nota de Lissauer Vieira, presidente da Alego:

“Na posição de Produtor Rural, Deputado Estadual e Defensor do nosso Agronegócio, quero deixar bem claro que sou TOTALMENTE CONTRA a proposta do Governo Estadual de criar mais uma taxação sobre a produção agropecuária goiana.

Como presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, sempre estive ao lado do Governo, no reequilíbrio fiscal do Estado. Enfrentamos momentos difíceis mas não me titubeei nos meus princípios. Por isso, acredito que existem outras formas de equilibrarmos as contas públicas para compensar a queda da arrecadação do ICMS, sem prejudicar as pessoas que empreendem e trabalham num setor vital para a nossa economia, como é o agronegócio.

Desde já me coloco à inteira disposição de todos os produtores rurais e representantes do setor produtivo, para abrir um diálogo sensato com o Governo no sentido de encontrarmos uma solução razoável para todas as partes.”