Economia

Aparecida registra 46% de crescimento em faturamentos de compras online em um ano

Faturamento online de Aparecida de Goiânia em 2020 teve crescimento de 46,5% em relação ao…

Faturamento online cresce 45% em um ano, em Aparecida (Foto: Istock)
Faturamento online cresce 45% em um ano, em Aparecida (Foto: Istock)

Faturamento online de Aparecida de Goiânia em 2020 teve crescimento de 46,5% em relação ao ano anterior. Em 2021, os negócios online seguem tendência de crescimento, pois o faturamento online do município nos primeiros cinco meses deste ano representa 45% de todo faturamento online do ano anterior. No entanto, a falta de qualificação profissional do empresariado na área digital e deficit de profissionais em tecnologia da informação e design gráfico são obstáculos para um crescimento ainda maior dos negócios online no município.

Em 2019, toda receita não presencial pela internet de Aparecida de Goiânia foi de R$ 605.631.704,03. Em 2020, o lucro pela internet teve aumento de 46,5% e ficou em R$ R$ 887.739.210,86. Os dados foram solicitados pelo Mais Goiás à Secretaria de Estado de Economia de Goiás. Apesar do crescimento, o gerente de negócios da Câmara de Lojistas de Goiânia (CDL), que também atende a cidade vizinha da capital, Wanderson Lima, afirma que esse aumento poderia ser bem maior se não fosse a carência de qualificação profissional e especialização em tecnologia da informação.

“Não é necessário ter estrutura robusta para fazer venda pela internet ou redes sociais e as operações para essa finalidade não são tão complexas. No entanto, grande parte do nosso comércio é composto por pequenos empresários que fazem praticamente tudo dentro da empresa. Então, a expertise voltada para o marketing digital fica um pouco prejudicada”, afirma o gerente de negócios.

Multitarefas

Ainda segundo Wanderson, a característica do pequeno empresário brasileiro em ter que se ocupar nas tarefas de múltiplas  áreas da sua empresa, faz com que sobre pouco tempo para especializações e cursos no segmento digital. No entanto, o gerente de negócios diz que durante a pandemia, com o fechamento do comércio, os lojistas tiveram que “se virar” para começarem a fazer o uso  da internet e sobreviver. “Mesmo quem não executa as vendas pela internet, teve que usar as ferramentas das redes sociais, por exemplo, para continuar vendendo. Já que houve várias ocasiões em que o cliente não poderia ir à loja durante o isolamento social”, declarou.

Wanderson ainda afirma que o período de fechamento do comércio fez com que a integração dos negócios à rede fosse uma questão de sobrevivência das empresas. “Hoje, quem está fora da internet, não tem mais lugar no mercado. O concorrente que conquistou espaço online vai sair na frente sempre”, declarou Wanderson. O gerente de negócios da CDL afirma que as estratégias de impulsionar as vendas por meio da internet, nem sempre resultam em vendas computadas como faturamento online.

“Às vezes, o lojista apenas faz divulgação do produto via redes sociais e finaliza a venda manualmente, como se fosse uma venda presencial. No entanto, essas negociações poderiam ser bem mais elaboradas e lucrativas com implicação de técnicas de marketing digital e integração de ferramentas para pagamento online”, defende. Wanderson conclui dizendo que a dificuldade das empresas em aderir ao digital foi driblada pela necessidade. No entanto, com investimento adequado e qualificação profissional em tecnologia e marketing digital, o rendimento teria uma curva ascendente.

Déficit de profissionais eleva preço de serviços

Um dos obstáculos à adoção das vendas pela internet pelo empresariado reside na falta de oferta de profissionais da área de tecnologia no mercado. A Secretaria Municipal do Trabalho de Aparecida aponta que a cidade tem deficit de mão de obra qualificada em tecnologia da informação, design gráfico e inovação. A falta de oferta desses profissionais no mercado, encarece os custos dos serviços pela falta de concorrência no mercado.

Fraciele Ribeiro tem duas lojas em Aparecida de Goiânia e trabalha com dois segmentos de venda. Um de seus estabelecimentos está no segmento de produtos de higiene e o outro, em cosméticos. A empresária teve que se render ao uso das ferramentas digitais para sobreviver aos períodos de fechamento de comércio. Aparecida continua no regime de isolamento social por escalonamento e as lojas de Franciele tem que fechar por alguns dias da semana.  “Tivemos que dar um jeito de compensar a perda de vendas presenciais e começamos a usar a internet como ferramenta de alavancagem de vendas”, afirma.

A empreendedora declara que não tem faturamento online com sua empresa, mas usa as redes sociais para divulgação de produtos e captação de clientes. “Fiz alguns orçamentos para implementar uma estrutura mais robusta de venda digital como desenvolvimento de um endereço eletrônico, integração de transações online e captação de lides, mas o preço que as empresas cobram para realização desse serviço é suficiente para que eu pague o salário de pelo menos três funcionários na empresa”, lamenta.

Franciele afirma que a maior dificuldade da integração dos negócios à internet é o aporte do investimento necessário para fazê-lo. “Então, resolvi implementar o uso de ferramentas da internet de forma mais tímida, mas que ajuda muito nas vendas. Eu sei que a integração total do negócio à internet pode ser muito lucrativa, mas no momento eu não consigo fazer o investimento”, declara.