EPICENTRO

Brasil pode ter 125 mil mortes por covid-19 em agosto, alerta estudo

À medida que a taxa diária de mortes por Covid-19 no Brasil sobe ao nível…

O Brasil atingiu a marca de 110 mil mortes por causa da pandemia do novo coronavírus. Com 1.212 novos registros nas últimas 24 horas, o total chegou a 111.100 (Foto: NELSON ALMEIDA / AFP)
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À medida que a taxa diária de mortes por Covid-19 no Brasil sobe ao nível mais alto do mundo, um estudo da Universidade de Washington alerta que o número total de mortos no país pode chegar a 125 mil no início de agosto, ou seja, cinco vezes maior do que é hoje. A conclusão do estudo aponta para a possibilidade de o país se tornar o novo epicentro do coronavírus no mundo.

A previsão do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington, divulgada na segunda-feira — quando o número de mortes diárias no Brasil ultrapassou a dos Estados Unidos —, veio acompanhado de um pedido de lockdown direcionado a Jair Bolsonaro. O presidente tem resistido a essa ideia.

“O Brasil deve seguir a liderança de Wuhan, China, Itália, Espanha e Nova York, aplicando medidas para obter o controle sobre uma epidemia que evolui rapidamente, e assim reduzir a transmissão do coronavírus”, escreveu o diretor do IHME, Christopher Murray.

O modelo do instituto mostra que, sem essas medidas, o número de mortes diárias no Brasil pode continuar subindo até meados de julho, causando escassez de recursos hospitalares no país, disse ainda Murray.

Nesta segunda-feira, o número de mortes por coronavírus reportadas no Brasil nas 24 horas anteriores foi maior que o número de óbito nos Estados Unidos pela primeira vez, segundo o Ministério da Saúde. O Brasil registrou 807 mortes, enquanto 620 morreram nos Estados Unidos.

Também na segunda, o governo dos EUA anunciou restrições a viagens vindas do Brasil. A proibição de Washington se aplica a pessoas que estiveram no país nas últimas duas semanas. Dois dias antes, o Brasil ultrapassou a Rússia como o número dois do mundo em casos confirmados, atrás apenas dos Estados Unidos.

Murray disse que a previsão do IHME captura diferentes fatores epidemiológicos, como os efeitos das medidas de distanciamento social, os índices de deslocamento urbano e a capacidade de testagem em massa. O modelo será atualizado regularmente.