POLÊMICA

Câmara de Goiânia aprova moção de repúdio à fala de Lula sobre Israel

Texto foi aprovado com contestações de parlamentares que reclamaram sobre falta de prioridade no Legislativo

Ronilson Reis, do Solidariedade, foi o autor do pedido de moção contra Lula por fala contra Israel (Foto: Divulgação - Câmara dos Vereadores de Goiânia)

Em sessão plenária realizada na última quarta-feira (28), a Câmara Municipal de Goiânia aprovou um requerimento de Moção de Repúdio às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito entre Israel e Palestina. A iniciativa foi do vereador Ronilson Reis (Solidariedade), que considerou as comparações feitas pelo petista e associação a eventos ligados ao nazismo como “inadequadas e perigosas”.

Ao apresentar o requerimento, Reis destacou que tais analogias “minimizam o sofrimento histórico e simplificam de maneira perigosa eventos complexos”. Segundo ele, “comparações dessa natureza não contribuem para a resolução do conflito, mas, ao contrário, inflamam tensões”.

O documento aprovado pela Câmara Municipal de Goiânia ressalta o papel dos líderes mundiais em condenar a atuação de grupos terroristas, proteger a soberania e o direito de defesa de nações ofendidas, e evitar narrativas distorcidas que impedem a construção de pontes para a paz.

Polêmica e críticas

A moção de repúdio gerou polêmica no plenário da Câmara Municipal de Goiânia. Vereadores da oposição criticaram a iniciativa, considerando-a um ataque à liberdade de expressão do presidente da República. Já os parlamentares da base governista defenderam a moção, argumentando que as declarações de Lula foram “ofensivas e inaceitáveis”.

A vereadora petista Katia Maria subiu o tom contra o projeto do vereador Ronilson Reis. “Gosta tanto do presidente Lula que só fala nele. Até o telefone dele, tem 1350 no final”, ironizou fazendo referência aos números das urnas do PT e do PSOL. No entanto, mais enfática contra o texto veio justamente de uma vereadora tucana filiada ao PSDB. 

Assim que a moção foi apresentada, Aava criticou o tempo gasto na discussão da pauta. “Se o presidente da República não pode falar de conflito internacional enquanto Chefe de Estado e o vereador pode ocupar uma hora da sessão com a cidade cheia de problema para fazer videozinho a gente perde a referência do que é prioridade”, completou.