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Cármen Lúcia: STF passa por ‘agruras além de qualquer civilidade’

O início da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira foi marcado pela resposta…

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Cármen Lúcia, do STF (Foto: STF)

O início da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira foi marcado pela resposta de ministros aos ataques recebidos pela Corte nos últimos dias. O mais recente, do ex-deputado Roberto Jefferson, preso no domingo após divulgar vídeos com xingamentos à ministra Cármen Lúcia.

Em discurso no plenário da Corte, a ministra afirmou que o STF é “um tribunal, de um país, de um povo, a lutar para fazer cumprir a Constituição”. Cármen Lúcia ressaltou que a tarefa não é fácil, “menos ainda em horas de tentativa de subversão ou erosão democrática”.

— Vários de nós passamos, nesses últimos tempos, especialmente, talvez diferente de outros períodos, mas que já deve ter se repetido em outros períodos, por agruras que vão além de qualquer civilidade — afirmou a ministra.

Cármen Lúcia disse ser um “privilégio” estar entre os ministros e que o “atingimento de um” afeta todos.

Jefferson fez ataques misóginos à ministra Cármen Lúcia, antes de ter a prisão domiciliar revertida em regime fechado, atirar e ferir agentes da Polícia Federal (PF) e finalmente ser preso.

Antes do discurso, a ministra recebeu apoio da presidente do tribunal, Rosa Weber, que leu a nota de repúdio publicada pelo STF durante o final de semana, da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, e do decano da Corte, ministro Gilmar Mendes.

Mendes disse que “a muitos interessa um Supremo Tribunal Federal fraco” e na tentativa de enfraquecer a corte, “todo meio é válido”.

— Ameaçar a vida de ministros e de seus familiares, financiar quadrilhas que acampam na Esplanada dos Ministérios, bem como incitar seus comparsas a destruir o Tribunal – “tudo isso é política” — Odiosas inversões essas que observamos — afirmou.

O ministro ainda criticou a desinformação e os “atos concretos de destruição da ordem estabelecida”. Segundo ele, como a “máquina de desinformação” não é combatida e os fatos passam a não importar, os que defendem uma ditadura “apresentam-se como defensores da liberdade.

— Senhora Presidente, a República foi submetida aos mais impensáveis ataques nos últimos anos. Tal não pode impressionar em demasia. Vejamos mais o trigo, menos o joio. Há um lado positivo. O cenário de erosão constitucional que se apresenta revelou que também o Estado brasileiro é portador das virtudes republicanas clássicas: a tenacidade, a dignidade e a auctoritas — disse.atos passam a não importar, os que defendem uma ditadura “apresentam-se como defensores da liberdade”

— Senhora Presidente, a República foi submetida aos mais impensáveis ataques nos últimos anos. Tal não pode impressionar em demasia. Vejamos mais o trigo, menos o joio. Há um lado positivo. O cenário de erosão constitucional que se apresenta revelou que também o Estado brasileiro é portador das virtudes republicanas clássicas: a tenacidade, a dignidade e a auctoritas — disse.