DENÚNCIA

Cliente decide processar farmácia por cadastrar seu nome como “Gaylileu”

Um publicitário de 33 anos usou as redes sociais nesta segunda-feira (28), para denunciar que…

Cliente decide processar farmácia por cadastrar seu nome como “Gaylileu” (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução Google Maps)
Cliente decide processar farmácia por cadastrar seu nome como “Gaylileu” (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução Google Maps)

Um publicitário de 33 anos usou as redes sociais nesta segunda-feira (28), para denunciar que a Droga Raia em São Paulo cometeu homofobia depois que ele passou a ser chamado de ‘Gaylileu’. Galileu Araujo Nogueira entrou com ação na Justiça pedindo R$ 44 mil de indenização por dano moral, além de exigir que a rede de farmácias crie programas de treinamentos com funcionários.

“Sempre recebi SMS da Droga Raia com promoções e era costume vir meu nome escrito para dar um tom mais pessoal a mensagem. Acontece que um funcionário resolveu fazer ‘uma graça’ com minha orientação sexual depois do dia 13/1/2021, afinal, ser gay é ser motivo de piada, né?”, afirmou em um dos posts no Instagram.

De acordo com relato do rapaz, ele resolver ir à Justiça depois que o seu cadastro na empresa foi alterado para “Gaylileu”, o que fez com que ele passasse a receber mensagens pelo celular de promoções com a denominação pejorativa.

“Droga Raia: Gaylileu o NORVOSAC 5 MG 30 S deve estar acabando. Compre pelo site ou na Droga Raia mais prox (p/sair envie PARE)”, informa o SMS recebido em 19 de março de 2021 sobre o medicamento controlado que toma para hipertensão.

Além das mensagens, quando foi a uma farmácia da rede na Rua Frei Caneca, no centro de São Paulo, Galileu contou que seu nome também estava grafado, como ‘Gaylileu’, nos cupons de desconto para medicamentos.

Ação na justiça

Galileu diz que decidiu abrir uma denúncia no canal de ética da rede. Mas ficou dois meses sem resposta, até que recebeu uma ligação pedindo “mil desculpas e meu endereço para enviar alguns produtos como foram de retratação. Nunca recebi”, diz ele.

Na Justiça, a ação corre no Juizado Especial Cível de São Paulo. Quase um ano depois, em março deste ano, segundo Galileu, a Droga Raia ofereceu R$ 5 mil durante a audiência de conciliação, mas ele não aceitou a proposta. “Não aceitei o acordo e resolvi seguir com o processo”, escreveu o publicitário em sua rede social.

A rede de farmácias, Droga Raia se posicionou sobre o assunto na quarta-feira (30/03)

Confira a manifestação da Droga Raia

A Droga Raia repudia veementemente a homofobia. Reconhecemos e lamentamos o transtorno que o Sr. Galileu sofreu. Pedimos desculpas pelo o que aconteceu. Enfatizamos que, assim que ficamos sabendo da troca do nome, um ano atrás, corrigimos o cadastro imediatamente e informamos o Sr. Galileu que o nome foi corrigido e revisamos os procedimentos internos. Durante estes doze meses sempre estivemos abertos para o diálogo. Tentamos chegar a um acordo em relação à indenização solicitada, mas não obtivemos êxito e continuamos abertos ao diálogo.

A Droga Raia é integrante do Fórum de Empresas e Diretos LGBTI+ e fazemos questão de divulgar internamente para os nossos 50 mil funcionários que a empresa respeita a comunidade LGBTI+, assim como divulgamos o compromisso público de ter um ambiente livre de discriminação presenciada ou vivida nas nossas farmácias, escritório e centros de distribuição, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU (ODS) contra a discriminação de Pessoas com Deficiência, LGBTI+, negros, sêniores 60+ e mulheres.