Protesto de fé

Com medo de corte do governo, servidores da Saúde prometem ir até Trindade pedir ajuda para o Divino Pai Eterno

Em mais um protesto realizado na manhã desta terça-feira (12/07) em frente ao Palácio Pedro…

Em mais um protesto realizado na manhã desta terça-feira (12/07) em frente ao Palácio Pedro Ludovico, na Praça Cívica, em Goiânia, servidores da Saúde do Estado de Goiás anunciaram que pretendem apelar a mais alta de todas as instâncias contra o possível corte de produtividade. Eles pretendem ir até Trindade entregar a causa ao Divino Pai Eterno, no dia 28 de julho.

“Será um grande culto ecumênico na Praça Cívica, às 17 horas, que culminará com uma caminhada até Trindade para entregar nas mãos do Divino Pai Eterno as nossas pautas de luta”, afirmou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema de Saúde Único do Estado de Goiás (Sindisaúde), Flaviana Alves.

Os servidores reivindicam o arquivamento de um projeto lei que, segundo o Sindisaúde, prevê o corte de 25% do adicional de produtividade. Ainda de acordo com o sindicato, a proposta inicial era de uma redução de 50% da gratificação, mas o governo acabou recuando em uma reunião realizada na última terça-feira (05/07). “O doutor Leonardo (secretário da Saúde) não foi, mas mandou o seu representante para dizer que não tem jeito, a decisão é um corte de 25%”, relatou Flaviana.

O projeto, segundo o Sindisaúde, estaria na Casa Civil e ainda não foi encaminhado a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. “Estamos em processo de vigília. Nós não queremos que o projeto chegue lá (na Assembleia Legislativa) porque sabemos que, em ano eleitoral, ele seria aprovado”, ressaltou a sindicalista.

Além da romaria, Flaviana adiantou ao Mais Goiás que o Sindisaúde planeja fazer outra manifestação no dia 02 de agosto, dessa vez em frente a Assembleia Legislativa. “Vamos fazer um grande na ato na abertura dos trabalhos pedindo para os deputados olharem para esses servidores”, disse Flaviana.

O Sindisaúde ressalta que a gratificação de produtividade representa hoje de 50 até 100% do valor do salário do servidor. O sindicato também destaca que essa redução iria se somar a outras perdas salariais da categoria, como os 47% de perdas ocorridos nos últimos dez anos por não cumprimento da data base. “Eles estão acabando conosco. Daqui uns dias iremos ganhar salário mínimo”, critica a sindicalista.

O protesto realizado hoje na Praça Cívica reuniu, além do Sindisaúde, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Goiás (Sinfar-GO). Apesar de terem parado no horário de almoço, os manifestantes prometem continuar o protesto a partir das 14 horas e seguir até o final da tarde no local.

Resposta

Em nota, a Secretaria de Planejamento de Goiás (Segplan) informou que o governo continua fazendo cálculos sobre a remuneração do funcionalismo com base na situação fiscal do Estado e que “todas as propostas são feitas visando o aperfeiçoamento da estrutura remuneratória dos servidores público”.