Como Daniel Vilela vê crise que Cruz passa na Prefeitura de Goiânia
Ex-aliado faz breve avaliação sobre Rogério frente ao Paço Municipal
Eleito vice-prefeito de Goiânia na chapa vitoriosa encabeçada por Maguito Vilela, Rogério Cruz (Republicanos) assumiu efetivamente o cargo em decorrência da morte do titular decorrente de complicações da Covid-19. Por pelo menos três meses, o chefe do executivo goiano caminhou ao lado do atual vice-governador Daniel Vilela na condição de aliado, mas um rompimento abalou a relação que hoje é institucional, mas na visão de alguns auxiliares chega a ser irreparável.
Três anos depois do rompimento traumático que provocou a saída de 14 auxiliares num único ato, o prefeito continua enfrentando dificuldades na gestão política e administrativa da capital e até dúvidas internas dentro do seu próprio partido. O presidente estadual do Republicanos, Hildo do Candango, chegou até ameaçar ruptura com o prefeito da capital e alguns aliados chegaram a aventar que uma saída do partido poderia ser adotada, algo que parece não estar no radar de Rogério Cruz.
Ao Mais Goiás, Daniel Vilela fez uma breve avaliação sobre a recente reforma do secretariado realizada no começo desta semana e considera díficil que algum partido da base aliada caiadista abrace o atual prefeito numa eventual filiação partidária. “Eu também nem sei se ele quer isso. Eu vi uma entrevista dizendo que o combinado dele é com o presidente nacional do Republicanos”, pontuou.
E com relação à gestão? Daniel Vilela faz reservas, afinal, desde que saiu da administração municipal em abril de 2021 não participa mais de nenhum ato do Paço Municipal. “Eu acho que o prefeito está certo em fazer as mudanças que ele acha que têm de serem feitas no sentido de dar uma oxigenada, um boom para sua gestão já que está se aproximando do último ano. Tem de ver se tá trocando para melhor. O sentido de se fazer mudanças é para melhorar. Não sei fazer essa avaliação porque não conheço a maioria dessas pessoas”, destacou em entrevista ao Mais Goiás.
Mesmo sem fazer avaliação sobre a reforma do secretariado, Daniel destaca que as constantes trocas no primeiro escalão foram um dos principais empecilhos que Rogério Cruz teve ao longo de toda sua administração. “Eu não posso tecer nenhum tipo de comentário porque não os conheço, mas enfim, esse foi um grande problema da gestão ao longo desse tempo todo. Essas mudanças contínuas, essa desfiguração do secretariado no coração da Prefeitura naqueles que tinham responsabilidades em pastas importantes”, salientou.
“Acho que também havia a falta de unidade de um projeto em comum, de uma liderança que no caso naturalmente tem de ser um prefeito. É complicado fazer essa avaliação. É uma aposta de alto risco as mudanças. Como nós já vimos nos noticiários, ele já teve consequências e insatisfações. Isso tudo dobra a aposta para que dê certo as mudanças porque não há mais outra oportunidade”, destacou.
Se um partido da base poderia acolher Rogério Cruz numa eventual filiação? “É uma discussão que não faz sentido. Se o prefeito de uma cidade não tem apoio do próprio partido é uma situação que acho que é única do ponto de vista de Goiânia. Sinceramente, eu não imagino essa possibilidade. O partido não vai abrir mão de um prefeito da capital sem que uma situação difícil ou complexa”, destacou.
Para Daniel, isso também não passa pela cabeça de Rogério Cruz. “Eu nem sei se esse é o desejo dele. Eu vi uma entrevista dizendo que ele não deve satisfação ao presidente estadual do Republicanos. O combinado dele é com o presidente nacional. Ele não disse que vai mudar do partido”, salientou.