CORONAVÍRUS

Covid matou mais crianças no Brasil que doenças previníveis com vacina nos últimos 15 anos

O número de mortes de crianças de 0 a 9 anos por covid no Brasil…

Vacinação de crianças contra covid começa em janeiro, diz ministério da Saúde (Foto ilustrativa: Prefeitura de Aparecida)
Vacinação de crianças contra covid começa em janeiro, diz ministério da Saúde (Foto ilustrativa: Prefeitura de Aparecida)

O número de mortes de crianças de 0 a 9 anos por covid no Brasil desde o início da pandemia (1.148) supera o total de óbitos causados por outras doenças que podem ser previnidas com vacina e que ocorreram entre 2006 e 2020 no País. Os dados foram publicados no portal UOL nesse domingo (19) depois de consulta ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Entre as doenças que podem ser prevenidas com vacina no Brasil, aquela que causou mais mortes no Brasil em 2020 foram a tuberculose do sistema nervoso (10) e o sarampo (10), seguidas de coqueluche (4), meningite por Haemophilus (3), tuberculose miliar (2) e hepatite aguda B (1). Enfermidades como difteria, tétano e rubéola não mataram ninguém no ano passado.

Isso explica a pressa dos médicos em começar a imunização desse público. Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha autorizado o uso de uma vacina adaptada da Pfizer nesse público, o governo federal deu reiterados acenos de que não pretende adquirir doses (embora elas tenham alcançado bons resultados em outros países). O Supremo Tribunal Federal (STF) entrou na discussão e ordenou à gestão Bolsonaro que inclua crianças no Plano Nacional de Imunização.

Vacina contra covid reduziu mortalidade em 94%

Com a vacinação do público a partir de 12 anos avançando no Brasil, o número de mortes causadas pela covid-19 caiu 94% em novembro, em comparação com o pico de março. É essa curva que as sociedades médicas acreditam que vá se repetir com crianças imunizadas.

“A posição da Anvisa e das sociedades científicas já é bem clara e conhecida: vacinas licenciadas são seguras e, sem nenhuma dúvida, beneficiam a coletividade. A eficácia e a segurança dessa da Pfizer já estão provadas não só pelos dados apresentados hoje, mas pela experiência mundial”, diz Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).