Defesa de donos de escola nega agressões a alunos, em São Paulo
Segundo a advogada do casal preso pela acusação de maus-tratos, cliente 'brincava' de amarrar crianças
A defesa dos donos de uma escola particular da capital paulista, acusados de humilhar e maltratar crianças, afirmou nesta quarta-feira que seus clientes negam as agressões aos alunos da instituição.
— Não conseguimos conversar muito sobre o caso em si, mas falam que nunca maltrataram as crianças, que nunca torturaram ninguém. Estão emocionalmente muito abalados — disse a advogada Sandra Pinheiros de Freitas.
Segundo Sandra, a foto de um menino amarrado a um poste pelas mangas da blusa de frio foi o único fato sobre o qual falaram. Ela afirma que o dono da escola disse que “brincava” de amarrar as crianças, sem dar mais detalhes.
O casal Eduardo Mori Cawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, donos da escola no bairro Jardim Glória, na região Sul, estava foragido até a tarde de ontem. A Justiça decretou a prisão de ambos na segunda-feira (26).
Sandra disse que eles estavam com medo de se entregar porque foram ameaçados pelo crime organizado, que não aceita agressão a menores.
— Estávamos todos, eu, amigos e familiares, tentando convencê-los de que era melhor se entregar —afirmou.
Em um dos vídeos gravados pela estagiária que fez a denúncia, uma mulher aparece pegando agressivamente pelo braço uma menina de menos de dois anos, e gritando: “Você vai recolher os brinquedos, sim”.
O rosto da mulher não aparece na imagem, apenas da cintura para baixo. Em determinado momento, ela força o joelho contra as costas da menina, que se ajoelha no chão. Segundo a denunciante, a mulher em questão era Andreia.
Sandra sugere que, como o rosto da proprietária Andreia não fica visível, não é possível saber se é mesmo ela.
Ao GLOBO, quatro mães de alunos agredidos narram a surpresa e a indignação ao saberem da violência. Em comum, todas confiavam muito no casal.