ESTÁDIO MÁRIO FILHO

Dez maiores jogos do Flamengo no Maracanã, que completa 70 anos

O Maracanã chega aos 70 anos e, em muitos deles, há momentos de glória do…

Flamengo de Zico faz 3 a 2 sobre o Atlético-MG no Brasileirão de 1980 Foto: Anibal Philot/01.06.1980
Flamengo de Zico faz 3 a 2 sobre o Atlético-MG no Brasileirão de 1980 Foto: Anibal Philot/01.06.1980

O Maracanã chega aos 70 anos e, em muitos deles, há momentos de glória do Flamengo. Nesta lista de 10 maiores partidas do rubro-negro no estádio — curada com base no ranking do jornal O Globo dos 70 principais jogos da história do Mário Filho —, estão momentos decisivos de seis títulos brasileiros, dois gols inesquecíveis, um recorde de público e uma goleada avassaladora na Libertadores. Confira abaixo por que cada uma dessas partidas foi escolhida.

1º — Flamengo 3×2 Atlético-MG

Campeonato Brasileiro, 1º de junho de 1980

Durante os anos 80, Flamengo e Atlético-MG gestaram uma das maiores rivalidades interestaduais do futebol brasileiro, recheada de confrontos polêmicos. O primeiro deles aconteceu na decisão do nacional de 1980, no Maracanã. Os mineiros tinham a vantagem do empate pela vitória por 1 a 0 em Belo Horizonte, mas viram os rubro-negros construírem um triunfo por 3 a 2 que lhes garantiu a taça. A primeira conquista nacional — e um dos muitos títulos de peso do Flamengo naquela década — jamais foi engolida pelos atleticanos, que lamentaram três expulsões naquele jogo, sendo a de Reinaldo a mais questionada, após o artilheiro ter recebido cartão vermelho por reclamação.

2º — Flamengo 0x0 Fluminense

Campeonato Carioca, 15 de dezembro de 1963

As constantes reformas destronaram o Maracanã do posto de maior estádio do mundo. Mas, numa época em que o gigante frequentemente registrava públicos de seis dígitos, um clássico entrou para a história como o jogo de maior público entre clubes da história do futebol. Foi no Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca de 1963, em 15 de dezembro daquele ano, com taça rubro-negra após empate sem gols. Os números oficiais são estes: 177.020 pagantes, 194.603 presentes. Mas todos os que se debruçam sobre os relatos e fotos daquela decisão concordam que havia ali muito mais gente do que isso: foi comum ver duas pessoas ocupando mesmo assento, além de um sem-fim de outras que ficaram em pé, sem espaço para se mexer.

3º — Botafogo 2×2 Flamengo

Campeonato Brasileiro, 19 de julho de 1992

O encontro entre dois cariocas, Flamengo e Botafogo, na final do Brasileiro de 1992 oferecia a atmosfera para um dos mais especiais da história do Maracanã. Em vez disso, o dia 19 de julho daquele ano ficou marcado pela maior tragédia da história do estádio. Vinte minutos antes do início da partida, parte da grade da arquibancada rompeu, levando rubro-negros despencarem de oito metros sobre as cadeiras. Foram três mortos e 82 feridos, além do caos que não impediu que a partida acontecesse. Como o Flamengo regido pelo Maestro Júnior havia vencido a ida por 3 a 0, o a taça foi para a Gávea após esse empate em 2 a 2. O estádio, por sua vez, ficou fechado por sete meses para reformas que pretendiam aumentar a segurança.

4º — Vasco 1×3 Flamengo

Campeonato Carioca, 27 de maio de 2001

Gols de falta reúnem um conjunto de elementos excitantes: a mistura entre tensão e esperança antes da batida; a beleza da curva da bola; a plasticidade do salto do goleiro e a explosão sincronizada no estufar da rede. Todos esses elementos se encontraram no minuto 43 do segundo tempo num Flamengo e Vasco de 27 de maio de 2001, quando Petkovic garantiu o tricampeonato estadual consecutivo do rubro-negro e desabou no gramado. Embora outros tantos — e especialmente Zico — tenham marcado gols de falta ímpares no Maracanã, talvez seja o sérvio o dono do mais emblemático.

5º — Flamengo 1×0 Vasco

Campeonato Carioca, 3 de dezembro de 1978

Este é um daqueles jogos libertadores. Uma cobrança de escanteio de Zico encontrou Rondinelli, e a testada do Deus da Raça deu o título carioca para o rubro-negro sobre o Vasco. Mais do que isso, permitiu que o Galinho e os outros craques que o Flamengo fez em casa superassem a desconfiança que já pairava sobre eles e iniciassem uma das trajetórias mais vitoriosas do futebol brasileiro. Esse gol foi tão definidor que virou tatuagem em muita gente. O Flamengo campeão do mundo começou aqui.

6º — Flamengo 5×0 Grêmio

Libertadores, 23 de outubro de 2019

As personalidades fortes de Jorge Jesus e Renato Gaúcho elevaram as expectativas para o duelo entre Flamengo e Grêmio na semifinal da Libertadores de 2019. Quando a bola rolou no Maracanã, porém, ficou claro que um trabalho havia suplantado o outro. Os cinco gols do rubro-negro ejetaram os gaúchos da competição e serviram para confirmar que os rubro-negros estavam torcendo por um time histórico. A ligação da torcida com o Mister e seus comandados deu o tom do estádio em 2019 e sinalizou que muita mágica ainda pode acontecer no futuro.

7º — Flamengo 3×0 Santos

Campeonato Brasileiro, 29 de maio de 1983

Quantas alegrias Zico não proporcionou aos rubro-negros entre o gol de Rondinelli, em 1978, e este título brasileiro sobre o Santos, em 1983? Fato é que, quando entrou no Maracanã naquele dia, o Galinho sabia que daria adeus — ou um até breve. Zico já estava vendido para a Udinese, da Itália, quando abriu o placar para encaminhar o terceiro título brasileiro do Flamengo em quatro anos. Os outros gols foram de Leandro e Adílio.

8º — Flamengo 6×0 Botafogo

Campeonato Brasileiro, 8 de novembro de 1981

Entre os inúmeros feitos da Geração Zico no Flamengo está uma vingança. Em novembro de 1981, numa partida pelo Campeonato Brasileiro, o melhor time da história do Flamengo devolveu a goleada de 6 a 0 que o Botafogo havia aplicado cerca de nove anos antes e que estava entalada na garganta. Além dos dois do Galinho, houve gols de Nunes, Lico, Adílio e Andrade – e a libertação de uma geração de torcedores.

9º — Flamengo 2×1 Grêmio

Campeonato Brasileiro, 6 de dezembro de 2009

A atmosfera no Maracanã era a de consagração de um time improvável, que arrancara para a ponta do Brasileirão guiado por Petkovic e Adriano Imperador. Quando o Grêmio abriu o placar, a torcida pouco hesitou, pois já sentia que, naquela tarde, o Maracanã testemunharia o fim de jejum de 17 anos. Os zagueiros David Braz e Ronaldo Angelim garantiram que o desfecho desejado pelos rubro-negros se confirmasse: a cabeçada do Magro de Aço, depois do escanteio que Pet cobrou, encaminhou a primeira taça do Brasileiro para a Gávea desde 1992. Uma festa épica.

10º — Flamengo 1×0 Internacional

Copa União, 13 de dezembro de 1987

A final da Copa União em 1987 é daqueles jogos que nunca acabaram. Não pelo que foi visto em campo, mas pela disputa judicial que é polêmica até hoje, entre Flamengo e Sport, que discordam sobre quem foi o campeão brasileiro daquele ano. Em campo, antes de toda a questão, 91 mil pessoas viram o Flamengo vencer o Internacional por 1 a 0, gol de Bebeto, vencendo o quarto torneio nacional em sete anos.

Os 70 votantes

O GLOBO/EXTRA: Bernardo Coimbra, Bernardo Mello, Bruno Marinho, Carlos Eduardo Mansur, Diogo Dantas, Gilmar Ferreira, Giulia Costa, Igor Siqueira, João Pedro Fonseca, Marcello Neves, Miguel Caballero, Rafael Oliveira, Renan Damasceno, Renato Alexandrino, Tatiana Furtado e Thales Machado. TV GLOBO/ SPORTV: Alexandre Alliatti, Alex Escobar, Ana Thais Matos, André Rizek, Arnaldo Ribeiro, Aydando André, Débora Gares, Eric Faria, Gabriela Moreira, Gustavo Poli, Gustavo Vilani, Lédio Carmona, Lucas Prata (Caju), Marcelo Courrege, Marcelo Barreto, Martin Fernandez, PC Vasconcellos, Paulo Vinícius Coelho, Raphael Rezende, Rodrigo Rodrigues, Sérgio Arenillas, Thiago Teixeira, Tim Vickery e Tino Marcos. RÁDIO GLOBO: Camila Carelli, Carlos Eduardo Éboli e Eraldo Leite. ESPN BRASIL: André Kfouri, André Plihal, Cicero Mello, Leonardo Bertozzi, Mauro Cezar Pereira, Paulo Calçade, Pedro Torre e Ubiratan Leal. UOL: Eduardo Tironi, Mauricio Stycer, Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos. DAZN:Eduardo Monsanto, Fábio Seixas e Rafael Oliveira. FOX: Flávio Gomes. TV BRASIL: Sérgio Du Bocage. FOLHA DE S. PAULO: Alvaro Costa e Silva e Juca Kfouri. RÁDIO TUPI: Washington Rodrigues (Apolinho). CENTRAL3: Leandro Iamin. OUTROS: Emiliano Tolivia, José Trajano, Luiz Antônio Simas, Luiz Augusto Nunes, Marluci Martins, Márvio dos Anjos e Tadeu de Aguiar.