Investigação

Dez servidores da Saneago são indiciados pela morte de funcionário no Rio Meia Ponte

“O servidor não tinha treinamento adequado para trabalhar em embarcações, e jamais poderia ter entrado…

Flávio Leonel, 26 anos, era funcionário da Saneago e morreu afogado no Rio Meia Ponte (Foto: Reprodução)

“O servidor não tinha treinamento adequado para trabalhar em embarcações, e jamais poderia ter entrado em uma sem o uso do colete salva-vidas”. Com estas palavras, o delegado Wellington Lemos, titular do 22º Distrito Policial de Goiânia, explicou porque indiciou pelo crime de homicídio culposo 10 funcionários da Saneago. Eles serão indiciados pela morte do agente de sistemas Flávio Leonel Moraes, que tinha 26 anos.

Os coletes salva vidas, segundo aponta o delegado , não estava à disposição dos dois funcionários que entraram no barco no dia 11 de abril. Por isso ele optou pelo indiciamento de homicídio culposo. As investigações duraram quase cinco meses e foram ouvidas 24 pessoas.

A PC não divulgou os nomes dos indiciados, mas repassou a relação dos cargos que eles ocupavam à época do acidente. Responderão por homicídio culposo “por omissão relevante”: o então diretor de produção; o superintendente de meio ambiente e recursos hídricos; o gerente de pesquisa e monitoramento de recursos hídricos; o supervisor de hidrologia; o gerente de segurança e medicina do trabalho. Além de dois engenheiros de segurança e medicina do trabalho, que eram responsáveis pela captação do Meia Ponte e da unidade sede. E dois técnicos de segurança e medicina do trabalho, também lotados na estação de captação do Meia Ponte e bna unidade sede.

O acidente aconteceu no dia 11 de abril deste ano. Flávio Leonel e um colega faziam o trabalho de medição na parte de cima da contenção do Rio Meia Ponte, no Bairro São Domingos, em Goiânia. Inesperadamente, a água desceu com mais força e balançou a canoa em que eles estavam. Os dois pularam na água com medo de que a embarcação virasse.

O colega de Leonel conseguiu nadar até o outro lado da margem. Contudo, o jovem de 26 anos desapareceu na água. O corpo dele foi localizado e resgatado pelos bombeiros somente dois dias depois. A conclusão da investigação é que o agente de sistemas da Saneago e o outro funcionário que o acompanhava jamais poderiam ter entrado na canoa sem o uso do coletes salva vidas.

A Saneago informou “que ainda não recebeu o relatório final da Polícia Civil e só vai se pronunciar quando tiver conhecimento da conclusão do inquérito”.

*Por Áulus Rincón, do Mais Goiás