VIDAS NEGRAS IMPORTAM

Dia da Consciência Negra: casos de racismo que marcaram 2020

O Dia da Consciência Negra é celebrado neste 20 de novembro para que a sociedade…

Os casos de racismo que marcaram o Brasil e o mundo em 2020
(Foto: Reprodução)

O Dia da Consciência Negra é celebrado neste 20 de novembro para que a sociedade se dedique à reflexão de questões como preconceito, inclusão, discriminação e racismo. Temas esses que ganharam a imprensa internacional e o mundo em 2020 por uma onda de protestos originada nos Estados Unidos em torno do movimento Black Lives Matter, ou Vidas Negras Importam, em Português. Relembre a seguir alguns dos casos mais marcantes do ano no Brasil e no restante do Globo.

Caso George Floyd

O segurança George Floyd morreu no dia 25 de maio, após Derek Chauvin, na época policial de Minnesota, Estados Unidos, ficar ajoelhado no pescoço dele por oito minutos e quarenta e seis segundos. A cena foi filmada por várias pessoas e mostram Floyd deitado no chão e algemado, dizendo que não conseguia respirar. Chauvin e outros três policiais que ajudaram a conter Floyd foram demitidos no dia seguinte.

George estava sendo acusado pelos agentes de utilizar uma nota 20 dólares falsificada em uma loja de conveniência. O assassinato do segurança motivou manifestações em várias partes do mundo e iniciou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial americana que durou oito dias seguidos.

O advogado de um dos ex-policiais que participaram da abordagem que resultou na morte de George Floyd alegou que ele morreu de overdose e não de asfixia (Foto: AFP/Facebook / Darnella Frazier)

Derek Chauvin permaneceu ajoelhado sobre o pescoço de George Floyd durante oito minutos e quarenta e seis segundos (Foto: Darnella Frazier)

Derek Chauvin foi indiciado por homicídio culposo e homicídio não-premeditado, enquanto os outros policiais foram imputados como cúmplices. Após pagar fiança de 1 milhão de dólares no início de outubro, Chauvin está respondendo o processo em liberdade.

O rapper Kanye West doou US$ 2 milhões (R$ 10,2 milhões) para as famílias de George Floyd e de outros negros que foram assassinados nos Estados Unidos neste ano. Em junho, em um protesto antirracista, o Spotify, gravadoras, artistas e rádios americanas se juntaram à campanhaThe Show Must Be Paused” (o show deve ser interrompido).

Mundo

Em fevereiro, Tobias Rathjen, 43 anos, matou dez pessoas – incluindo a própria mãe – e se suicidou em Hanau, subúrbio de Frankfurt, na Alemanha. Em sua casa, a polícia encontrou um manifesto de 24 páginas que pede o “extermínio de raças inferiores” e um vídeo que mistura insultos extremistas e frases de Adolf Hitler. Segundo as autoridades, Rathjen agiu por motivos racistas e xenófobos.

Tobias Rathjen matou dez pessoas – incluindo a própria mãe (Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters)

Após o caso de George Floyd, várias celebridades se manifestaram e entraram na causa antirracista. No final de maio, a cantora Lady Gaga usou o Instagram para criticar o presidente Donald Trump, a quem chamou de racista. “Trump controla o escritório mais poderoso do mundo e mesmo assim não consegue oferecer nada além de ignorância e preconceito“, escreveu.

Em junho foi a vez de Stevie Wonder criticar o presidente dos EUA. “Eu consigo enxergar melhor do que a sua [Trump] visão de 2020”, ironizou o cantor, que é cego, em um vídeo em que comenta os temas sociais e a discriminação racial.

Já o desabafo contra racismo de Keedron Bryant, de apenas 12 anos, virou um single após o sucesso no Instagram. A filmagem do garoto cantando uma música escrita por sua mãe foi vista mais de 4 milhões de vezes e emocionou nomes como Barack Obama e LeBron James.

A plataforma de streaming HBO Max precisou retirar o filme ‘E O Vento Levou…’ do catálogo após protestos contra racismo, pois o longa mostra escravizados conformados e proprietários de escravos heroicos. Dias depois a obra voltou à plataforma, agora com alerta antirracista.

Filme 'E o vento levou' é retirado de streaming após protestos contra racismo

Filme ‘E O Vento Levou…’ está no catálogo da HBO Max com um alerta antirracista (Foto: Divulgação)

Ainda em junho, o ator Hartley Sawyer, que interpretou Ralph Dibny na série “The Flash”, foi despedido após uma série de tuítes racistas e misóginos publicados por ele anos atrás vir a público. “Estou envergonhado e decepcionado comigo mesmo por minha ignorância naquela época”, disse Sawyer.

Ainda no entretenimento, os produtores de ‘Os Simpsons’ anunciaram que atores brancos não irão mais dublar personagens de outras etnias no programa. O anúncio ocorreu na esteira de outras mudanças em animações americanas que começaram após os protestos contra o racismo.

Em agosto, dentro do metrô de Londres, um britânico proferiu ofensas racistas a três garotos negros que estavam no mesmo vagão. O que o homem não esperava é que seria desmaiado por um deles, após levar um soco. A cena foi filmada e o vídeo viralizou no mundo todo.

Em setembro, a família de William Green, um homem negro morto por um policial nos Estados Unidos, recebeu US$ 20 milhões (R$ 113,2 mi) em indenizações do condado de Prince George, onde o crime aconteceu. Green morreu durante uma abordagem em janeiro, quando o policial Michael Owen atirou seis vezes nele, que estava dentro da viatura e algemado.

No início deste mês, em Lisboa, alunos de uma escola se depararam com com mensagens contra negros e brasileiros pichadas nos muros do local. Indignados com os grafites – que incluíam frases como “Voltem para as favelas. Não vos queremos aqui!” e “Portugal é branco, pretos, voltem para a África!” -, um grupo de alunos decidiu não esperar a chegada de um pintor e apagaram todos os vestígios das pichações.

Brasil

No Brasil, em janeiro, o ator JP Rufino compartilhou prints de mensagens racistas que recebeu no Instagram. “Vai tozar (sic) esse cabelo horrível. F***: índios, pretos e pobres! (como tu [Rufino]) e a Marielle [Franco, vereadora assassinada em 2018] também!”, escreveu o agressor.

No mesmo mês, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) afirmou que ia entrar na Justiça contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por crime de racismo. A afirmação se deu após o presidente defender que as comunidades indígenas se integrem ao restante da sociedade e dizer que “cada vez mais, o índio está “evoluindo” e se tornando um “ser humano igual a nós”.

Declaração de Bolsonaro provocou reações e críticas por ser considerada racista (Foto: Reprodução/Facebook)

No dia 30 de janeiro, Lorenna Vieira, empresária e namorada do DJ Rennan da Penha, foi até o banco Itaú e saiu de lá para a delegacia. Ela diz que funcionários do local a enrolaram até o banco fechar, pois haviam acionado as autoridades, desconfiados de uma possível fraude. A influencer afirma que os policiais que a escoltaram, todos eles brancos, agiram com “o maior deboche, maior desrespeito, maior preconceito”.

Posteriormente, o Itaú se desculpou e disse que “o procedimento adotado é padrão em casos de suspeita de fraude, e não tem qualquer relação com questões de raça“. No Twitter, internautas subiram a hastag #ItauRacista.

Em março, o jogador do Flamengo Gabigol foi acusado de racismo e homofobia após tweets de 2010 e 2011 virem à tona. Nas postagens, ele trata algumas pessoas com apelidos pejorativos. “Chegou o Macaco”, “Quer banana macaco”, escreveu. “Eu também sou, ta parecendo um viado po, cadê o canalha?”, publicou, também em 2011.

Na televisão, a jornalista Maju Coutinho, da TV Globo, foi vítima de ataques racistas mais de uma vez. No início de março, a Justiça de São Paulo condenou dois homens pelos crimes de racismo e injúria racial contra a global. Utilizando perfis falsos em redes sociais, os dois acessaram a página da emissora e proferiram injúrias contra Maju, referindo-se a sua raça e cor.

No dia 30 daquele mês, o empresário Rodrigo Branco, famoso guia de turismo de celebridades, fez pronunciamentos racistas contra a apresentadora e contra Thelma Assis, vencedora do BBB 20.

“A torcida de Thelma existe apenas porque ela é negra coitada”, disse. “A Maju Coutinho é péssima, é horrível. Eu assisti hoje [o Jornal Hoje] e ela fala tudo errado. Ela só está lá por causa da cor”, afirmou Rodrigo Branco. Na época, a jornalista afirmou que ia na entrar na Justiça contra Rodrigo, assim, como a família de Thelma.

Globo pede desculpas a Maju Coutinho por abrir espaço a Rodrigo Branco

(Foto: Reprodução TV Globo)

E por falar em BBB, a participante Ivy deu o que falar após falas consideradas racistas. “Eu sou supercontra julgar alguém por conta da pele. Mas ficar usando disso, também não concordo. Isso não é malefício nenhum, ser preto (…)”, disse.

Ivy também usou como exemplo o seu gosto por bronzeamento, o que não pegou bem entre o público. “Quanto mais morena eu fico, mais eu gosto. Eu gosto é muito”, comentou. Após as acusações de racismo, o perfil da sister no Twitter passou a ser privado.

Durante o Conversa com Bial em maio, a repórter Glória Maria relembrou casos em que foi vítima de racismo durante o governo de João Figueiredo, o último presidente do período da ditadura militar. “A discriminação continua. Quem não gosta de preto, não gosta. Quem é racista é racista. Não adianta a Glória Maria apresentar o Jornal Nacional, o Globo Repórter. Ela tem que ser discriminada”.

"Se cobrisse política hoje eu já teria apanhado ou batido", diz Glória Maria

“Se cobrisse política hoje eu já teria apanhado ou batido”, disse Glória Maria no Conversa Com Bial (Foto: Reprodução Globo)

Dono de um perfil sobre literatura nas redes sociais, o baiano Adriel Oliveira, de 12 anos, recebeu em maio uma doação de livros da Academia Brasileira de Letras. Adriel, que escreve resenhas e indica títulos em seu perfil no Instagram, virou notícia após receber uma mensagem racista de uma pessoa não identificada.

Também em maio, a Polícia identificou os estudantes de um colégio no Rio que escreveram mensagens racistas, ofendendo Ndeye Fatou Ndiaye, de 15 anos. “Dou dois índios por um africano”, “quanto mais preto, mais preju”, “fede a chorume”. Essas foram algumas das mensagens racistas escritas pelos jovens.

Em junho, a cantora Anitta precisou se posicionar sobre os ataques racistas que a colega Ludmilla vinha sofrendo dos seus fãs. “Criminosos covardes que se dizem meus fãs estão propagando mensagens de racismo e injuria racial nas redes sociais. Já disse e repito: Isso é abominável“, publicou.

anitta ludmilla

Anitta disse que sua equipe ia apurar os perfis que ofenderam a colega de trabalho da música (Foto: Reprodução/Instagram)

Naquele mês, o cantor Livinho foi acusado de racismo por uma modelo negra. “Ele tirou o celular do bolso, colocou no meu cabelo, puxou e falou: ‘Você roubou meu celular, cabelo!’. Eu já incomodada, tirei a mão dele (…) Ele pôs a mão no meu cabelo de novo e falou que estava espetando”, disse Raielli Leon.

Já o funkeiro Biel, atualmente participante de A Fazenda, da TV Record, foi acusado de apropriação cultural e racismo após adotar um penteado tradicional da cultura afro, as tranças nagô. “Oi! Fiquei malando com esse cabelo, filho. [Se] olhar com cara fechada, parece até que é o que? Bandido”, declarou.

Em Planaltina, o vendedor ambulante Weliton Luiz Maganha disse que “pensou que ia morrer” após sofrer agressões injustificadas por parte de policiais militares. Ele levou golpes de cassetete nas costas e, ainda que não tentasse reagir, continuou a apanhar do PM. Um vídeo mostra o policial deixando o vendedor se afastar para atira-lhe uma pedra.

'Pensei que ia morrer' disse negro agredido por policiais em Planaltina

Weliton Luiz Maganha apanhou de um policial militar (Foto: Darcianne Diogo/CB/D.A Press)

A marca de produtos de limpeza Bombril foi acusada de racismo ao relançar no mercado a esponja “krespinha, o que se assemelha ao cabelo crespo, que há anos é associado de forma pejorativa às esponjas de aço. Após ter recebido quase 1900 denúncias, o Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária (Conar) determinou que a empresa suspendesse todos anúncios e mudasse a embalagem da esponja.

Em julho, a Justiça do Rio, condenou a socialite Val Marchiori a pagar uma indenização de R$ 30 mil para a cantora Ludmilla por causa de ofensas encaradas como racistas. Na ocasião, Marchiori comparou a peruca que Ludmila usava com um bombril.

Em agosto, a professora da USP Lilia Schwarcz causou polêmica ao criticar o novo álbum visual de Beyoncé, “Black is King“. Segundo a historiadora, a cantora “precisa entender que a luta antirracista não se faz só com artifício hollywoodiano, brilho e cristal” e que “O filme de Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha”.

Os casos de racismo que marcaram o Brasil e o mundo em 2020

Bombril foi acusada de racismo por causa do nome da esponja. Já a cantora Ludmilla teve o cabelo comparado com o produto de limpeza (Foto: Reprodução)

Um caso de bastante repercussão nacional foi o do entregador de comida por aplicativo Matheus Pires, que foi humilhado por um cliente em São Paulo. Um vídeo mostra o momento em que o agressor aponta para o seu próprio braço e diz que o trabalhador teria inveja dele por conta da cor de sua pele.

“Seu lixo, quanto deve ganhar por mês, hein? Dois mil reais? Não deve ter nem onde morar”, disse o homem. O caso sensibilizou celebridades como Luciano Huck e o humorista Matheus Ceará, que encontrou o xará e o presenteou com uma moto 0 km.

No dia 6 de agosto, dois policiais foram filmados agredindo um jovem negro no Ilha Plaza Shopping, no Rio de Janeiro. Matheus Fernandes, de 18 anos, tinha ido a uma loja apenas para trocar um relógio que comprara de presente para o pai.

Sem ter feito nenhum movimento suspeito, ele foi retirado da loja pelos policiais e arrastado até a escada de emergência, onde ocorreram as agressões. Matheus chegou a ter uma arma apontada contra sua cabeça, mesmo enquanto tentava mostrar a nota fiscal do relógio. Confira o vídeo aqui.

Em setembro, a repórter da Rede CNT, Julie Alvesfoi xingada de ‘macaca‘ por um funcionário público da área da saúde do Rio de Janeiro. “Ele veio na minha direção para me bater. O cinegrafista foi me proteger. O homem acabou batendo na minha mão. Ele foi então em direção ao cinegrafista e deu um chute nele”, contou Julie.

Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) ofereceu suporte ao caso de racismo sofrido pelo advogado Jonas Batista, no Banco do Brasil de Anicuns. Segundo Jonas, sem nenhuma justificativa, ele foi barrado pelo segurança ao tentar entrar no local. O segurança permitiu a entrada de vários clientes, exceto a sua. A polícia chegou a ser acionada.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, negros são oito de cada 10 mortos pela polícia no Brasil. No comparativo com o número do ano anterior, houve um aumento de 2,9% na quantidade de mortos por agentes do estado.

Manifestação da Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio na Avenida Paulista contra as mortes de jovens negros provocadas por policiais (Imagem: Divulgação)

No início de outubro em Goiânia, um professor sofreu homofobia ao defender a funcionária de uma lanchonete de racismo. Pessoas que estavam no local filmaram as agressões, confira nesta matéria.

Em São Paulo, uma mulher diz ter sido vítima de um “tribunal racial” no Detran. Segundo ela, a banca organizadora de um concurso teria a desclassificado após considerar que ela não possuía “traços fenotípicos” da população negra.

Em Aparecida de Goiânia no mês de outubro, um jovem afirma que foi agredido por racismo por um grupo de jovens e pediu ajuda para se recuperar – com as agressões ele perdeu parte dos dentes da boca do lado direito.

Jovem diz ter sido agredido por racismo e pede ajuda para se recuperar

Daniel Ribeiro foi vítima de racismo por um grupo de homens em Aparecida de Goiânia (Foto: Divulgação)

O Nubank pediu desculpas e prometeu uma “reparação histórica” após a cofundadora da empresa, Cristina Junqueira, proferir falas consideras racistas. Em entrevista, ela afirmou que o nível de exigência para se trabalhar no banco é alto e que não dá para “nivelar por baixo”, em referência a uma possível política afirmativa para candidatos negros.

Um dos casos de Goiânia que repercutiu nacionalmente foi do entregador Elson Oliveira Santos. Ao chegar em um condomínio de luxo da capital para entregar uma refeição, o cliente se recusou a receber o pedido e enviou mensagens de teor racista para os proprietários da hamburgueria.

“Esse preto não vai entrar no meu condomínio”, “Mandar outro motoboy que seja branco“, “Eu não vou permitir esse macaco“, lê-se. O Ifood baniu o cliente responsável pelas mensagens.

O Ifood, empresa de entrega de comida pela internet, baniu a mulher que praticou racismo contra um entregador por aplicativo, em Goiânia. (Foto: reprodução)

Mensagens enviadas por cliente se negando a receber o pedido de um entregador negro (Foto: reprodução)

No início de novembro, a produtora cultural Sarah Silva denunciou que foi vítima de racismo no Buteko do Chaguinha, em Goiânia. Segundo ela, o proprietário do local teria lhe abordado e falado “vim ver se era gente ou se era uma raposa na sua cabeça” ao se referir sobre o cabelo da vítima. Dias depois, um grupo protestou em frente ao estabelecimento.

Na noite da última quinta-feira (19), nas vésperas do feriado da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, morreu após ser agredido no supermercado Carrefour, em Porto Alegre. A vítima teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzido pelo segurança da loja até o estacionamento.

Um policial militar temporário acompanhou o deslocamento, que acabou no espancamento de Freitas. O segurança e o PM temporário foram presos, suspeitos de homicídio doloso. Vídeos que mostram o espancamento e a tentativa de socorristas de salvarem o homem circulam nas redes sociais, confira aqui.

No Rio de Janeiro, a tradicional missa em homenagem ao Dia da Consciência Negra, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, foi cancelada este ano. No ano passado, a celebração terminou em confusão ao ser invadida por um grupo religioso tradicionalista.

Missa afro realizada em 20 de novembro de 2019 na Igreja do Sagrado Coração terminou após invasão de grupo tradicionalista (Foto: Reprodução/Youtube)

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