RESULTADO

BNDES tem queda de 5% no lucro e alta de 17% nos desembolsos em 2023

Banco afirma que ampliação do crédito no primeiro ano do governo Lula é sustentável

BNDES tem queda de 5% no lucro e alta de 17% nos desembolsos em 2023 (Foto: Agência Brasil)

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) teve lucro líquido recorrente de R$ 11,9 bilhões no acumulado de 2023, o primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O resultado representa uma queda de cerca de 5% em relação a 2022 (R$ 12,5 bilhões), aponta balanço divulgado pelo banco público na tarde desta segunda-feira (4), no Rio de Janeiro.

O diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, associou a redução no lucro a devoluções antecipadas de recursos para o Tesouro Nacional.

“Se tivéssemos mantido aquele caixa e não devolvido ao Tesouro, teríamos um resultado R$ 1,1 bilhão superior [em 2023]. O lucro teria sido de R$ 13 bilhões, superior, portanto, ao de 2022 [R$ 12,5 bilhões]”, disse Abreu.

A instituição também informou que os desembolsos chegaram a R$ 114,4 bilhões no ano passado. Segundo o banco, houve crescimento de cerca de 17% ante 2022 (R$ 97,5 bilhões). Os desembolsos são os recursos destinados a investimentos em diferentes setores da economia.

“O BNDES em 2023 teve grande crescimento no crédito. O fato é que o BNDES volta forte nessa situação. Porém, cabe dizer que esse crédito é sustentável”, afirmou Abreu, dizendo que indicadores como a inadimplência no banco permanecem em níveis baixos.

No governo Lula, o BNDES busca retomar um papel mais atuante como financiador de projetos na economia. O presidente do banco, Aloizio Mercadante, defende a ideia de que o Brasil precisa se reindustrializar. Ele tomou posse no cargo em fevereiro de 2023.

O BNDES ocupa posição central no plano de fomento à indústria anunciado em janeiro pelo governo Lula. De um total de R$ 300 bilhões previstos no programa até 2026, a maior parte (R$ 250 bilhões) deve vir do banco.

Conforme analistas ouvidos em janeiro pela Folha, projetos do governo abrem caminho para inchar o BNDES nos moldes similares aos de gestões anteriores do PT.

O banco contesta essa avaliação, dizendo que a instituição tem sido alvo de análises precipitadas e que não haverá uma espécie de volta ao passado.