Impactos

Em Goiás, prejuízos no setor agropecuário ultrapassam R$ 500 mi após bloqueio de estradas

Após dez dias de bloqueio das rodovias, é possível mensurar os prejuízos da greve dos…

Após dez dias de bloqueio das rodovias, é possível mensurar os prejuízos da greve dos caminhoneiros para o setor agropecuário, em Goiás. Conforme estimativas da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), os produtores rurais perderam cerca de R$ 500 milhões.

A estimativa é referente às perdas de Valor Bruto da Produção (VBP), que mede a estimativa de faturamento bruto na produção “dentro da porteira”. O presidente do Ifag, Edson Novaes, acredita que as principais cadeias produtivas afetadas foram atividades ligadas a produção de leite, carnes (aves, suínos, gado e peixes), cana-de-açúcar e hortifrutigranjeiros.

O instituto calcula que, a cadeia produtiva da cana-de-açúcar deixou de colher pelo menos 250 mil toneladas. O produto poderia ter sido convertido em 9,6 milhões de litros de etanol e 1,9 mil toneladas de açúcar.

Os órgãos pontuam que, além do desabastecimento, a greve impactou nos preços. Um dos exemplos mais marcantes deste impacto foi a batata lisa, cujo valor de venda na Central Estadual de Abastecimento (Ceasa-GO) registrou aumento de 366% na última semana.

Na agropecuária, a produção de leite foi a mais afetada. Dados da Faeg mostram que dos 8 milhões de litros produzidos por dia em Goiás, 7 milhões foram descartados pela impossibilidade de transportar o produto das fazendas até os estabelecimentos de venda. O órgão estima que os produtores deixaram de faturar cerca R$ 100 milhões.

No que diz respeito ao setor de carnes, a Faeg aponta que os maiores impactos foram gerados em função do retardamento dos abates previstos para o período. O Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás (Sindicarne) informou que até a última terça-feira (29), 18 frigoríficos estavam parados e, por isso, 35 mil cabeças de gado deixaram de ser abatidas diariamente. O Mais Goiás não obteve informações sobre a reabertura dos estabelecimentos.

(Com informações da assessoria de comunicação do Sistema Faeg Senar, com contribuições do Ifag)