ANÁLISE

Meirelles defende que isenção de tributos federais nos combustíveis não seja prorrogada

"Não prorrogar a isenção de impostos sobre combustíveis para 2023 é um exemplo de decisão que pode ser impopular, mas é absolutamente acertada ao priorizar a responsabilidade fiscal sobre o interesse eleitoreiro", diz o goiano

Meirelles defende que isenção de tributos federais nos combustíveis não seja prorrogada
Meirelles defende que isenção de tributos federais nos combustíveis não seja prorrogada (Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil)

Não há definição de Lula (PT) sobre a prorrogação da isenção de impostos federais nos combustíveis, mas o mais provável é que não ocorra. De fato, o futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), pediu que a desoneração dos tributos não fosse prorrogada, o que gerou rebuliço e críticas pelo medo do aumento da gasolina e outros. O ex-ministro e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defende a posição do futuro governo.

“Não prorrogar a isenção de impostos sobre combustíveis para 2023 é um exemplo de decisão que pode ser impopular, mas é absolutamente acertada ao priorizar a responsabilidade fiscal sobre o interesse eleitoreiro”, afirma o goiano em suas redes sociais.

Segundo ele, o atual governo buscava apenas estancar uma sangria de votos na campanha quando concedeu a isenção para forçar a queda dos índices oficiais de inflação. ainda de acordo com Meirelles, a gestão que termina em 31 de dezembro “não levou em consideração o peso que isso representaria para as contas dos Estados. Muito menos o impacto no financiamento de diversos serviços para a população.”

Para ele, “a volta da cobrança dos tributos poderá ter como efeito o aumento da inflação logo no início da nova gestão. Mas ajudará a reduzir o déficit nas contas públicas e a reorganizar a economia do País”.

Em reportagem da Folha, é dito que a equipe de Paulo Guedes preparava a isenção, por medida provisória, de 90 dias. Eles revelaram ao veículo que Haddad sinalizou que a MP tivesse 30 dias, o que impediria uma elevação imediata nas bombas. Em seguida, depois de falar com Lula, o futuro ministro teria decidido pela não prorrogação. A desoneração, neste momento, vai até 31 de dezembro.