DESAPARECIMENTO

Três ativistas chineses desaparecem após publicarem artigos sobre o coronavírus que foram censurados

Três ativistas digitais em Pequim, capital da China, estão desaparecidos desde 19 de abril. Eles…

Três ativistas chineses estão desaparecidos desde o dia 19 de abril após publicarem artigos sobre o coronavírus que foram censurados. (Foto: Hector Retamal / AFP)
Três ativistas chineses estão desaparecidos desde o dia 19 de abril após publicarem artigos sobre o coronavírus que foram censurados. (Foto: Hector Retamal / AFP)

Três ativistas digitais em Pequim, capital da China, estão desaparecidos desde 19 de abril. Eles escreveram artigos sobre o novo coronavírus que foram censurados pelo governo, e suas famílias acreditam que eles tenham sido presos pela polícia por causa disso.

A China já foi criticada pela forma que está lidando com a pandemia, inclusive porque autoridades da cidade de Wuhan, onde foram registrados os primeiros casos da Covid-19, terem punido um médico que em dezembro tentou alertar colegas para as características excepcionais da doença.

Chen Mei, Cai Wei e sua namorada, cujo sobrenome é Tang, desapareceram em 19 de abril, de acordo com o irmão de Mei, Chen Kun. Os três fizeram parte da criação de um projeto chamado Terminus2049, uma plataforma onde artigos censurados ou removidos pelo governo chinês foram preservados.

Dois dos voluntários, Cai e Tang, foram acusados de “perturbar a ordem pública e causar problemas” e atualmente estão sob “vigilância residencial em um local selecionado”, de acordo com um aviso da Polícia do Distrito de Chaoyang em Pequim, recebido pelas famílias e ao qual a AFP teve acesso.

Chen Kun disse que ainda aguarda confirmação oficial da polícia de Chaoyang de que seu irmão mais novo, de 26 anos, foi preso.

— Como Mei e Cai contribuíram para o projeto Terminus2049, suspeitamos que o desaparecimento deles tenha relação com isso — disse Chen.

A plataforma na internet incluiu muitos artigos sensíveis sobre o novo coronavírus publicados nos últimos meses, como histórias de cidadãos de Wuhan e uma entrevista com o doutor Ai Fen, do Hospital Central da cidade, um dos primeiros a falar sobre o vírus.