‘Ele não queria ser santo, mas se arrependeu’, diz terapeuta de Pedrinho Matador
Autora de biografia do assassino, Iza Toledo afirma que o via como um pai e que ele buscava uma vida nova antes de ser morto
Para Iza Toledo, psicanalista de Pedrinho Matador, a morte dele foi uma dor maior do que a perda de próprio seu pai. “Eu me sentia protegida pelo Pedrinho como eu não me sentia protegida pelo meu pai”, diz Iza, que escreveu a biografia “Serial Killer (?) Eu Não Sou o Monstro“, que conta a história de Pedro Rodrigues Filho, responsável por mais de cem assassinatos e que ficou preso por 42 anos até ser solto em 2018.
Pedrinho Matador deixou Mogi das Cruzes e foi morar em Itanhaém, onde passou dois meses fazendo terapia online com Iza antes de se mudar para a casa dela e de seu marido, um médico. Eles conversavam três vezes por semana, por duas horas, e Pedrinho foi ganhando confiança em Iza, querendo que ela escrevesse um livro que mostrasse não só o lado ruim dele, mas também o bom. Ele não queria ser considerado um santo, mas sim mostrar o que tinha acontecido com ele e por que ele se arrependeu e queria uma vida nova.
Durante o tempo que passou com a família de Iza, Pedrinho cuidava dos cachorros da casa e usava uma corrente que ganhou de outro médico. Um dia, ele pediu a aliança da terapeuta e do marido dela para pendurar no colar, dizendo que se sentia protegido com a corrente e as alianças, como se carregasse a família com ele.
Iza reclama que tem sido alvo de fake news desde a morte de Pedrinho, como ser chamada de viúva ou amante dele, além de dizerem que ela ficou milionária com a história. Ela afirma que todo o cuidado e convivência que teve com Pedrinho não significa romantização da criminalidade, mas sim uma mensagem de esperança para a sociedade, de que é possível a regeneração do ser humano quando é acolhido com humanidade.
*Com informações da Folha de São Paulo