NOVO GOVERNO

Equipe de transição de Lula tem 283 pessoas e é a maior já nomeada no Brasil

Ao concluir nesta quarta-feira o anúncio de todos os convocados para compor a equipe de…

Aparecida de Goiânia também terá caravanas para posse; cerca de 300 pessoas
Aparecida de Goiânia também terá caravanas para posse; cerca de 300 pessoas (Foto: Flickr - Lula)

Ao concluir nesta quarta-feira o anúncio de todos os convocados para compor a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin consolidou um recorde histórico no Brasil.

O time que vai compor a transição entre os governos Bolsonaro e Lula soma 283 integrantes – já sem Isabel Salgado, que chegou a ser indicada para o grupo de trabalho de Esportes, mas faleceu nesta quarta-feira. O contingente representa mais de quatro vezes o previsto na lei da transição para esse tipo de trabalho, 50.

Esse limite, porém, é apenas o número máximo de pessoas a receberem salário do governo para compor a transição. Não há nenhuma restrição a que mais pessoas participem, desde que seja para trabalho voluntário.

É o caso, por exemplo, do ex-ministro Guido Mantega, que está proibido de assumir funções públicas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas atuará sem remuneração.

Para chegar ao número final de integrantes do time da transição, a equipe do blog levou em conta a lista oficial divulgada no site do Partido dos Trabalhadores e a atualizou com base nos nomes anunciados publicamente por Alckmin desde a formação do gabinete de transição.

Com uma aliança formada inicialmente por dez partidos e aliados em outras quatro legendas, Lula teve que acomodar todo tipo de interesse: dirigentes partidários, militantes históricos, ex-ministros que não estarão no governo, aliados que não se elegeram em seus estados e celebridades que vão do astro do futebol Raí até a atriz Lucélia Santos, passando pela chef Bela Gil, que compõe o grupo de combate à fome.

É um cenário bem diferente de 2002, quando o petista se elegeu pela primeira vez, e até de 2018, quando o atual presidente, Jair Bolsonaro, escolheu um time enxuto para fazer a transição entre o governo Michel Temer e sua administração.

Há 20 anos, na primeira vez que um gabinete de transição foi formado desde a redemocratização após um decreto de Fernando Henrique Cardoso, Lula teve 51 integrantes nomeados. Em 2010, na passagem do bastão para a aliada Dilma Rousseff (PT), foram 30. Há quatro anos, Bolsonaro indicou 31 nomes para a transição, coordenada à época por Onyx Lorenzoni.

Como mostramos no blog na última terça-feira, a divulgação dos integrantes do gabinete no modo “conta-gotas” tem sido acompanhada por improvisos, tropeços e disputa por espaço visando uma vaga na Esplanada dos Ministérios a partir de janeiro.

Além de elaborar propostas para o futuro governo, também é tarefa do gabinete de transição tomar conhecimento das políticas conduzidas pelo governo demissionário e da situação das contas públicas. Da parte do governo Bolsonaro, o representante é o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Ao longo da campanha, uma das justificativas usadas pela equipe do presidente para não detalhar suas propostas econômicas foi que as contas do governo Bolsonaro eram uma “caixa-preta”.

O time que vai subsidiar o futuro Ministério da Fazenda, porém, conta com quatro economistas de linhas de pensamento totalmente distintas, e que ainda não se encontraram para iniciar os trabalhos.