Carnaval 2017

Esperança e perseverança nas escolas de samba da cidade de Goiás

Como manda a tradição, o domingo de Carnaval é dia de desfile das escolas de…

Como manda a tradição, o domingo de Carnaval é dia de desfile das escolas de samba na cidade de Goiás. Três grupos se apresentam na Praça do Coreto na disputa pelo prêmio máximo, cujo ganhador é definido por jurados na terça-feira (28).

Neste ano, os grupos tratam de temas diversos, como cultura, meio ambiente e a busca pelos sonhos. São meses de trabalho na tentativa de realizar um desfile vitorioso. As dificuldades enfrentadas pelos integrantes são muitas, mas a dedicação é ainda maior.

O Mais Goiás acompanhou um pouco dos trabalhos dos vilaboenses que empregam tempo, esforço e dinheiro para manter viva uma tradição. Confira:

Empenho

A Leão de Ouro é a mais nova das escolas em atividade na cidade. É também a menor e única que ainda não ganhou nenhum campeonato. Nada disso desanima seus integrantes.

O vice-presidente da entidade, João Batista Santos, conta que neste ano a escola vai tratar da diversidade cultural. “Vamos falar um pouco de cada coisa. Vamos ter índios, o Boi-bumbá, a cangada de Catalão, entre outras coisas”, afirmou.

Ao todo, seis pessoas trabalham na produção do desfile, além de duas costureiras. Sem muitos recursos, boa parte das alegorias é feita de forma quase improvisada. “Com toda dificuldade que a gente passa, tem que usar da criatividade e da força de vontade. A gente usa muito material reciclável”, diz.

Mesmo com toda a dificuldade, a perseverança continua. Em 2017 a escola vai contar com cerca de 90 passistas e dois carros alegóricos. Pouco, comparado à concorrência. Ainda assim, João tem esperança de que a escola ganhe o primeiro prêmio de seus 11 anos de existência. “Estamos trabalhando duro para isso”, declara.

Resiliência

A Mocidade Independente de João Francisco passou por muitas dificuldades para levar adiante o Carnaval neste ano. A escola não conseguiu os patrocínios que esperava e, na última quinta (23), as fortes chuvas destruíram parte das fantasias. Porém, os preparativos continuaram e todo o estrago já foi recuperado.

“Este foi o ano mais difícil para a escola em muito tempo, mas a gente já se recuperou”, relata a vice-presidente Michele Botelho.

Com 28 anos de história, Michele nem se lembra direito quantos troféus a escola já ganhou. Para tentar o campeonato neste ano, o tema a ser tratado será “Em Busca da Terra do Nunca”. Queremos transmitir que nossos sonhos não morrem, que é possível sempre existir uma criança dentro de nós”, ressalta.

E o sonho da escola será carregado, neste ano, por 300 passistas e dois carros alegóricos. Todos os adereços e fantasias montados por dez pessoas. Na tarde deste sábado (25) já estava quase tudo pronto, mas Michele não parava de dar seus retoques. “Eu gosto de poder arrumar tudo até o último momento”, declarou.

Mesmo assim, ela não deixa de demonstrar sua insatisfação com os percalços enfrentados, especialmente a falta de apoio de antigos parceiros. “Para te falar a verdade estamos apenas cumprindo o nosso papel, honrando nossa palavra de ir em desfile”, diz ela, que apesar disso não perde a esperança de ganhar mais um campeonato. “Expectativa a gente sempre tem. Nossa a gente espera que eles [jurados] vejam não só o desfile em si, mas também a dificuldade que a gente enfrenta.”

Tradição

A escola mais tradicional da cidade de Goiás está a todo vapor para ganhar mais uma vez o prêmio de melhor escola de samba do Carnaval daquele município. Cerca de 15 pessoas trabalhavam arduamente durante boa parte deste domingo para deixar tudo pronto para o desfile durante a noite.

Desta vez, o tema será “Terra, Planeta Água”, carregando a mensagem de que a preservação também é uma forma de arte, como conta o presidente, Ataniel Sousa. “Estamos nos esforçando para ganhar mais uma vez”, pontua ele.

Com 100 anos de existência, os próprios integrantes da escola desconhecem a quantidade total de títulos. Essa trajetória vitoriosa é fruto da paixão dos próprios integrantes. “A gente enfrenta muitas dificuldades, mas continua porque gosta do que faz”, resume Ataniel.