PANDEMIA

Estudos descrevem efeito colateral associado à vacina AstraZeneca

Dois estudos feitos na Alemanha e na Noruega e publicados nesta sexta (9) descrevem os…

Santa Fé de Goiás está há quatro dias sem novos casos da Covid
Vacina contra covid-19 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dois estudos feitos na Alemanha e na Noruega e publicados nesta sexta (9) descrevem os efeitos colaterais que afetaram, em casos muito raros, pessoas vacinadas com o imunizante de Oxford/AstraZeneca.

Também nesta sexta, a EMA (agência regulatória europeia) informou que está avaliando relatos de coágulos graves e raros em pessoas que tomaram a vacina desenvolvida pela Janssen.

Os reguladores europeu e britânico e a OMS (Organização Mundial de Saúde) mantiveram sua recomendação de que as vacinas continuem sendo usadas, porque o risco de morrer por Covid-19 ou ter um problema grave causado pelo coronavírus —inclusive coágulos— é muito mais alto.

Os acidentes vasculares cerebrais notificados até agora ocorreram em 1 a cada 600 mil vacinados no Reino Unido, e 1 a cada 100 mil na União Europeia.

Os estudos dos dois países europeus, ambos publicados no The New England Journal of Medicine, não determinaram como o problema acontece, mas acrescentaram dados sobre sua evolução.

“Em primeiro lugar, os médicos devem estar cientes de que, em alguns pacientes, a trombose venosa ou arterial pode se desenvolver em locais incomuns, como o cérebro ou abdome, e se torna clinicamente aparente entre 5 e 20 dias após a vacinação”, dizem os autores alemães.

Os cientistas mostraram também que, após a vacinação, as pessoas produziram anticorpos que afetaram suas plaquetas —um componente do sangue envolvido na coagulação— reduzindo seu número e favorecendo hemorragias.

Na Alemanha, foram estudados 11 pacientes com idades entre 22 e 49 anos. Segundo os autores do trabalho, de 5 a 16 dias após a vacinação, eles tiveram trombocitopenia (redução no número das plaquetas) semelhante à já conhecida quando se usa um medicamento chamado heparina (usado para evitar coágulos). Nenhum deles, porém, havia recebido heparina antes de apresentar os sintomas.

Todos os 11 pacientes tiveram trombocitopenia de moderada a grave e formação incomum de coágulos, particularmente trombose venosa cerebral e trombose de veia esplâncnica (no sistema digestório).

De acordo com os cientistas, nos últimos anos já foram relatados casos em que outros fatores, como infecções virais ou determinadas drogas, desencadeiam reações autoimunes muito semelhantes à trombocitopenia induzida por heparina.