Mistério

Ex-médico Farah Jorge Farah é encontrado morto em casa

Na última quinta (21), o STJ decidiu que o ex-cirurgião deveria voltar para prisão; ele foi condenado pelo assassinato de uma paciente

Foi encontrado morto em casa, nesta sexta (22), o médico Farah Jorge Farah, aos 68 anos, condenado a catorze anos de prisão por ter matado e esquartejado uma paciente em 2003. De acordo com informações da Polícia Civil, o corpo foi achado na casa do ex-médico na Vila Mariana. As causas da morte ainda não foram esclarecidas.

O corpo foi encontrado por policiais que foram até a casa do ex-cirurgião para executar um mandado de prisão. “Quando fomos prendê-lo, ele já estava morto”, diz o delegado Osvaldo Nico Gonçalves.

Pedido de prisão

O Ministério Público de São Paulo pediu ao STJ que o médico voltasse para a cadeia. O STJ começou a analisar o pedido em agosto, juntamente com o recurso especial do réu. O relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, votou, ainda no mês passado, pela imediata prisão do ex-médico. Houve um pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior que protelou a conclusão do julgamento.

Na sessão de quinta-feira (21), o julgamento foi concluído com o colegiado acolhendo o pedido do Ministério Público e rejeitando o recurso especial por unanimidade.

O crime

Farah Jorge Farah era acusado de homicídio doloso por matar e esquartejar a dona de casa Maria do Carmo Alves, em 2003. Na época, a mulher era paciente e amante do médico. Ela morreu aos 46 anos.

A perícia indicou que Farah levou dez horas para matar a vítima no dia 24 de janeiro de 2003, uma sexta-feira, em seu consultório. Vestígios de sangue encontrados no teto indicavam que a o coração da vítima ainda batia no momento em que ela foi esquartejada. Na manhã de sábado, ele teria retirado as partes do corpo esquartejado e as guardado no porta-malas do carro. Em seguida, ele se internou em uma clínica psiquiátrica, onde confessou o crime a uma sobrinha que o visitava. Foi ela que fez a denúncia.

O corpo foi encontrado pela polícia no carro do médico, que foi preso horas depois. Em depoimento, Farah confessou o crime aos policiais e foi preso.

Em 2006, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) impediu Farah de continuar a exercer a profissão. No ano seguinte, os advogados de Farah conseguiram no Supremo Tribunal Federal o direito do réu aguardar o julgamento em liberdade.