6 meses de planejamento

Ex mulher, amante, e motoristas são presos suspeitos de assassinato

Ao investigar um suposto caso de sequestro, a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) descobriu…

Ao investigar um suposto caso de sequestro, a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) descobriu que Marcelo Oliveira, que desapareceu em março passado, em Goiânia, foi assassinado a mando da ex-companheira Kelley Ramos Fernandes Oliveira. Além de Kelley, a polícia prendeu o atual namorado dela e dois motoristas de aplicativo que também teriam participado do assassinato.

Marcelo foi encontrado com vários hematomas e facadas e parte do corpo carbonizado no dia 26 de março em uma estrada de terra entre Ouro Verde e Damolândia. O assassinato teria sido planejado há pelo menos seis meses por Kelley. “O casal estava separado há quatro anos, moravam na mesma casa, mas dormiam em quartos diferentes, e, desde então, a Kelley vinha se relacionando, pela internet, com o Sebastião Jahnsen Mendes Pimentel, que morava nos Estados Unidos”, o delegado Thiago Martimiano, chefe do GAS, da Deic.

No carnaval passado, Jahnsen veio ao Brasil para conhecê-la pessoalmente. Ele teria sido convencido pela mulher a matar Marcelo. Luis Fernando dos Santos e Maitherson Oliveira Silva foram contratados por Jahnsen para ajudá-lo.  Na manhã do último dia 25 de março, ainda de acordo com o delegado, Kelley Ramos abriu o portão para os dois motoristas de aplicativo, que chegaram na porta da casa do casal em um veículo HB 20 preto. Horas depois, eles foram filmados por câmeras de seguranças de vizinhos deixando a residência no mesmo veículo, que era seguido por um carro, dirigido, segundo a polícia, por Kelley.

“Esse foi o momento em que eles, após agredirem muito o Marcelo com chutes, murros, e enforcá-lo, colocaram o corpo no porta malas, e levaram para a estrada de terra perto de Nerópolis. Quando eles retiraram o corpo, e perceberam que o Marcelo ainda estava vivo, o próprio Sebastião Jahnsen terminou de matá-lo a facadas, tentou incendiá-lo, e falou que ficaria por ali por um tempo, pois queria vê-lo agonizar até a morte”, descreveu o delegado.

Apesar de negar qualquer participação no assassinato, Kelley foi filmada quando sacava dinheiro em um caixa eletrônico, e repassava para os motoristas de aplicativo. Foram R$ 5 mil pelo assassinato do companheiro de 25 anos.

A polícia também apurou que, além de ficar com o celular do ex companheiro e enviar mensagens para a atual namorada dele dizendo que estava tudo bem, Kelley teria pedido aos vizinhos que não repassassem as imagens de câmeras de segurança, caso fossem procurados pela polícia. Os indícios, segundo o delegado, são de que ela tramou a morte do ex-companheiro para ficar com o dinheiro da casa do casal, e também porque ele estaria atrapalhando o atual relacionamento dela.

Kelley, Sebastião Jahnsen, Maitherson Oliveira, e Luis Fernando já tiveram as prisões preventivas decretadas, e responderão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Se condenados pelos dois crimes, os acusados podem passar até 40 anos na cadeia.