Música

Gessinger: “Não sinto nenhuma diferença em relação à música”

Pra ser sincero não espero que você acredite na idade de Humberto Gessinger: 52 anos…

Pra ser sincero não espero que você acredite na idade de Humberto Gessinger: 52 anos de vida, 30 deles no mundo da música. O gaúcho ex-vocalista da banda oitentista Engenheiros do Hawaii mantém o mesmo pique e a disposição de sempre e se peprara para realizar, em Goiânia, um show ao lado de outra fera do rock: o IRA!.

 

Seu novo show faz parte da turnê Louco pra ficar legal, dando continuidade à sua carreira solo. Seu último disco foi Insular, de 2013, acompanhado por uma versão ao vivo no ano seguinte. Antes, com os Engenheiros, foram dezenas de trabalhos de 1986 a 2007, mais um disco de estúdio e outro ao vivo no projeto Pouca Vogal, com Duca Leindecker.

 

Em meio à carreira musical, ele ainda arrumou tempo para atacar de escritor: o músico já lançou cinco livros, o primeiro deles de 2008, chamado Meu Pequeno Gremista e já deixando claro qual sua posição na rivalidade Grêmio x Inter.

 

Conversamos com ele que disse não acreditar que sua música mudou ao longo dos anos e que se sente profundamente lisonjeado pelo carinho dos fãs após tantos anos nos palcos. Confira:

 

1 – Da composição até a apresentação, o que mudou desde a saída do Engenheiros para a carreira solo?

Não sinto nenhuma diferença relevante em relação à música, continuo acreditando nas mesmas coisas nas quais sempre acreditei. Não mudei minha maneira de escrever, as canções de Insular poderiam estar num disco dos EngHaw. Só optei pelo formato solo por não ter uma banda fixa me acompanhando no disco. Insular também marcou meu retorno ao baixo e ao formato trio na estrada, depois de 4 anos viajando com o Pouca Vogal, este sim um projeto mais distante dos EngHaw, um duo acústico.

 

2 – Olhando para as três décadas de carreira, como é se ver parte da história do rock brasileiro?

Esse carinho e respeito por minha música sempre me emocionam, só me resta agradecer a esses malucos que acompanham meu trabalho e o cercam de uma energia tão boa.

 

3 – O que você vê agora na música brasileira que não via 30 anos atrás? Sente falta de alguma coisa agora?

A cena é muito mais segmentada hoje, acho isso bom, há mais diversidade. Há ferramentas para chegarmos direto a quem quer nos ouvir, sem precisar passar pelos canais tradicionais. Isso é bom, nos deixa mais ágeis.

4 – Como os fãs mais antigos do Engenheiros reagem à sua carreira atual? Você sente que eles abraçaram os últimos álbuns ou houve alguma resistência?

Fã sempre quer que o tempo pare, que seus ídolos não mudem. Eu entendo, também sou fã. Mas tenho tido sorte, a galera que me acompanha entende as explorações de terreno artístico que faço.

5 – Em todos esses anos, se não havia música, havia literatura. Qual é o segredo de um artista que se mantém trabalhando constantemente?

O segredo é não ir atrás das ondas. Elas são passageiras. Minha música e minha escrita refletem tudo que me interessa na vida. A gente amadurece, descobre coisas novas. A palavra é muito importante na minha música. Assim como o ritmo é muito importante no meu texto.

6 – Toda cidade sempre precisa saber: como é voltar a Goiânia, e como é a recepção do público aqui?

Será a décima oitava vez que toco na cidade, a primeira foi em 87. Sou imensamente grato por esse carinho. Espero retribuir esse público incrível!

7 – O que podemos esperar do show neste sábado?
Louco Pra Ficar Legal é um aprofundamento da tour Insular. Quem assistiu aos meus shows mais recentes vai notar novidades no repertório e nos arranjos, além de um novo cenário. Sigo tocando no formato trio, como fiz na maior parte da minha carreira. Além de guitarra, baixo e bateria, rola um momento acústico com violão, acordeon e percussão. Toco músicas de todas as fases da minha carreira, os clássicos que não podem faltar e coisas mais recentes. Misturando roquenrrou com nossa música regional, que é tão rica. Na tour Insular, era central pra mim mostrar as canções do disco recém lançado. Agora estou mais livre para passear por todas as fases da minha carreira e, inclusive, mostrar algo do trabalho que lançarei em 2017. Há um set em que comemoro os 30 anos de gravação do disco Longe Demais das Capitais e os 20 anos do Gessinger Trio. Além disso, rolam as músicas do compacto em vinil que estou lançando (Pra ficar Legal e Faz Parte) e clássicos como Infinita Highway, Eu Que Não Amo Você e Pra Ser Sincero.

 

Humberto Gessinger e IRA!

Quando: 06 de agosto

Horário: 22h

Onde: Atlanta Music Hall – BR 153, Km10, Aparecida de Goiânia

Ingressos: Bilheteria Digital

Informações: (62) 3257-7000