Goiana residente nos EUA teve que abandonar casa por causa do Furacão Ian; ‘Muito assustador’
Goianiense mora a cerca de um ano e meio com o marido em Fort Myers e teve que sair com a roupa do corpo
O Furacão Ian, que atingiu a Flórida (EUA) nesta quarta-feira (28) está levando muitas pessoas da região a abandonarem suas casas em busca de um lugar seguro. Essa foi a realidade de Vilma Soares. A goianiense mora a cerca de um ano e meio com o marido em Fort Myers, cidade que está na rota do furacão.
“Saímos da nossa casa por volta de uma hora da manhã, somente com a roupa do corpo, após ter chegado os alertas do furacão que chegam pelo celular”, disse Vilma ao Mais Goiás. “O serviço de meteorologia aqui é muito preciso. Então guardamos nossas motos e um carro na casa de um amigo, pegamos uma van de trabalho e fomos rumo ao norte”.

A goianiense afirmou ainda que até as 13 horas (horário local), era possível ver a casa onde ela e o marido moram pelas câmeras de segurança. Entretanto, a falta de energia elétrica e de internet impediu que o casal continuasse acompanhando a situação.
“Um vizinho informou que a parte externa na nossa casa foi atingida, porém o furacão ainda não passou sobre nossa casa”.
Enquanto fugia do furacão, Vilma disse que chegou a passar por um tornado, mas que não houve danos. Ambos estão em uma cidade chamada Lake City, a cerca de 480 km ao norte de Fort Myers, e estão em segurança. Outros brasileiros que ficaram no local, entretanto, não tiveram a mesma sorte.
“Temos amigos brasileiros que estão já desabrigados pois tiveram suas casas destruídas. Os ventos chegam até 154mph (247 km/h), muitos raios estão causando incêndios. Na nossa região há duas ilhas chamada Sanibel e Captiva que foram totalmente devastadas. Tudo é muito assustador”.
O Furacão Ian
Autoridades dos EUA afirmaram, na tarde desta quarta-feira (28) que a chegada do Furacão Ian deve provocar “impactos catastróficos” na região. Os ventos também causaram estragos em Cuba, que está sem energia elétrica há mais de 12 horas.
Em mensagem, o Cento Nacional de Furacões (NHC, em inglês), o olho do furacão Ian tocou o continente perto de Cayo Costa às 16h05, pelo horário de Brasília, na categoria 4, a segunda maior na escala de furacões. Segundo o NHC, Ian já provoca “tempestades ciclônicas catastróficas, ventos e inundações” na Península da Flórida — as rajadas atingem até 240 km/h.
Os impactos em terra já foram sentidos antes mesmo de sua chegada: de acordo com um serviço que monitora cortes no fornecimento de energia nos EUA, o PowerOutage, um milhão de consumidores estão sem luz no estado. Em Cape Coral, cidade que está na rota do furacão, autoridades afirmam que há registros de “danos estruturais significativos”.
O governador Ron DeSantis declarou estado de emergência em vários condados ainda na segunda-feira, e o presidente Joe Biden autorizou a mobilização de recursos federais, que incluem, além de verbas emergenciais, a mobilização de 3,2 mil guardas nacionais e 1,8 mil soldados.
— É um furacão intenso, esperamos que ele persista ao longo da noite até amanhã — disse o diretor do Serviço de Montoramento de Emergências do Condado de Charlotte, em entrevista coletiva, pedindo a todos que estão em áreas de risco busquem abrigo imediatamente. — Ela [a tempestade] vai começar a fazer canais transbordarem, provocar deslizamentos e potencialmente atingir casas. Vamos ver uma tempestade que poderá ameaçar vidas.