NÃO PODE SER RESPONSÁVEL

Governo federal diz que não tem culpa sobre atraso de vacinas

O governo federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) documentos nos quais afirma que não…

Governo federal diz que não tem culpa sobre atraso de vacinas
Governo federal diz que não tem culpa sobre atraso de vacinas (Foto: divulgação/Secom)

O governo federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) documentos nos quais afirma que não pode ser responsabilizado por atraso na vacinação contra a covid-19. A justificativa é que não há imunizantes suficientes no mundo e que a efetiva aplicação das doses é responsabilidade dos estados e municípios.

O posicionamento do governo Bolsonaro é uma resposta a um pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) à PGR (Procuradoria-Geral da República) para que fosse oferecida uma denúncia ao STF em função da demora na vacinação. A OAB pediu que Bolsonaro fosse processado por quatro crimes.

“O ente federal está adotando as medidas para garantir as vacinas e demais insumos à população, de modo que os atrasos verificados na efetiva aplicação das doses, a cargo dos entes subnacionais, não podem ser imputados ao ente federal”, diz um dos textos feitos pela AGU (Advocacia Geral da União).

“Esforço hercúleo”

No documento encaminhado ao STF, a AGU argumenta que a carência de vacina é observada também em outros países, como os da Europa, que o governo federal estaria empreendendo um “esforço hercúleo no combate à pandemia” e que o presidente estaria seguindo “parâmetros científicos… para minimizar os riscos à saúde da população”.

Dessa forma, a AGU argumenta que a dificuldade para aquisição dos imunizantes se daria pelo excesso da demanda mundial pelo produto, não sendo o governo federal responsável pela falta de vacinas no Brasil.

Para embasar o posicionamento, o documento encaminhado ao STF inclui planilhas que detalham os gastos empenhados pelo governo federal para a aquisição de vacinas no total de R$ 20,5 bilhões.

A AGU argumenta ainda que o governo tem articulado internacionalmente para acelerar o acesso do Brasil às doses de imunizante, citando contatos com a OMS, Índia, China e com o conselho responsável pelo consórcio Covax Facility.

Entre os destaques apontados no documento, a AGU ressaltou que o empenho da União “não exclui as competências dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para estabelecer medidas destinadas a enfrentar a pandemia decorrente do novo coronavírus, em âmbito regional ou local”.