Hacker diz que Bolsonaro perguntou se ele poderia invadir urnas eletrônicas
Walter Delgatti relatou que teve um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada
O hacker Walter Delgatti Neto, preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (2), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas. A declaração de Delgatti foi mencionada na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou a operação ocorrida.
Delgatti relatou que teve um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília, onde foi perguntado se poderia invadir a urna eletrônica caso tivesse acesso ao código-fonte. Segundo o hacker, essa ideia não avançou porque o acesso concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao código-fonte ocorreu apenas em sua sede, e ele não poderia se deslocar até lá.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também foi mencionada no contexto. Segundo ela, Delgatti ofereceu ao Partido Liberal (PL) um “serviço de participar de uma espécie de auditoria das urnas eletrônicas durante os primeiros e segundos turnos”. Após esse encontro com Bolsonaro, não houve mais contato entre Delgatti e o presidente.
• Zambelli diz que tentam envolver Bolsonaro em investigação da PF contra ela
Delgatti afirmou em seu depoimento que Bolsonaro não teve envolvimento com a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A investigação da PF indica que, entre 4 e 6 de janeiro de 2023, foram inseridos no sistema do CNJ, e possivelmente em outros tribunais do país, 11 alvarás de soltura de presos por várias razões, além de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o hacker, apenas ele e a deputada Carla Zambelli tiveram participação na invasão, de acordo com a investigação da PF.
LEIA TAMBÉM:
• TCU não encontra irregularidades em urnas eletrônicas no segundo turno
• PF faz operação contra hacker que invadiu sites dos governos brasileiro e americano