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Hospital do RS vai usar contêiner para armazenar corpos

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, anunciou que vai instalar um contêiner refrigerado…

Hospital do RS vai usar contêiner para armazenar corpos
Hospital do RS vai usar contêiner para armazenar corpos (Foto: Joyce Rocha/JC)

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, anunciou que vai instalar um contêiner refrigerado anexo ao hospital para aumentar a capacidade do necrotério, que atualmente comporta até três corpos. Em nota, o hospital disse que ele só será usado em caso de necessidade, “considerando a possibilidade de atrasos na retirada dos óbitos por parte das funerárias”.

A instituição está com taxa de ocupação dos leitos de UTI acima de 100% e não aceita mais transferências de pacientes de outros hospitais.

Pacientes graves que chegam diretamente na unidade ainda são atendidos pela equipe de emergência porque o hospital tem capacidade de transformar leitos em terapia intensiva.

Na nota, o Moinhos de Vento ressaltou que pacientes com menos de 60 anos correspondem a 35% dos internados, “o que enseja um sinal de alerta para que a população mais jovem redobre os cuidados”.

Na última terça-feira (2), o Rio Grande do Sul ultrapassou ontem 100% de ocupação nos leitos de UTI adulto. Já são 2.824 pacientes internados em 2 818 leitos, incluindo hospitais públicos e privados. O Estado vive o pior momento da pandemia, com todas as regiões em bandeira preta.

No Twitter, o governador Eduardo Leite falou que o Estado abriu 1,1 mil leitos de UTI durante a pandemia. O total passou de 933 para 2.121. “Eram 933 leitos de UTI SUS antes da pandemia. São mais de 2.100 agora. Mais de 1.100 leitos novos. Em menos de 1 ano foram criadas mais vagas do que em 30 anos de SUS! Esse é o tamanho do esforço que fazem nossas equipes de saúde. E seguem, com o maior esforço, abrindo novos leitos”, escreveu o governador.

Desde o último sábado, o Estado inteiro está em bandeira preta no plano de distanciamento controlado. A classificação prevê o fechamento do comércio não essencial, a proibição de permanecer nas orlas das praias, a suspensão das aulas presenciais e outras medidas restritivas.

O governador suspendeu temporariamente a cogestão regional, que dava autonomia às regiões do Estado para definir normas próprias relativas à pandemia. Com a medida, todas deverão seguir os protocolos da bandeira preta definidos pelo governo estadual.

Alguns municípios até mesmo estão adotado lockdown e restringindo a circulação de pessoas com barreiras.

A expectativa é que a adoção da bandeira preta resultem em uma redução da pressão sobre a rede hospitalar a partir da terceira semana deste mês. O período de bandeira preta vai até o sábado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.