Eleições 2016

Iris Rezende desiste da candidatura à prefeitura de Goiânia

O velho cacique peemedebista resolveu se aposentar da política. É isso o que diz a…

O velho cacique peemedebista resolveu se aposentar da política. É isso o que diz a carta enviada à imprensa nesta quarta-feira (06/07) pelo ex-prefeito e ex-governador, Iris Rezende.

Mesmo estando à frente nas pesquisas da disputa à prefeitura de Goiânia, Iris Rezende afirmou que havia decidido encerrar sua carreira na política em 2014, após ser derrotado nas eleições ao governo do Estado por Marconi Perillo.

Depois de ver seu nome liderando as pesquisas eleitorais deste ano, Iris disse que chegou a pensar em se candidatar, mas, depois de muito refletir, ele conclui que, após 58 anos na política, chegou o momento de encerrar a carreira.

A decisão de Iris Rezende deixa o cenário das eleições municipais em Goiânia ainda mais incerto e é um verdadeiro banho de água fria nos sonhos dos peemedebistas de voltar a governar a capital. Sem o PT do lado desta vez, o PMDB tem poucas opções de nomes próprios, tendo o deputado estadual Bruno Peixoto como o mais cotado.

A saída de Iris do páreo também deixa o caminho livre para uma disputa mais acirrada entre os pré-candidatos do PR, Delegado Waldir, e o do PSB, Vanderlan Cardoso. É ainda possível que a petista Adriana Accorsi também ganhe alguns pontos com a saída do peemdebista.

Veja a carta de Iris Rezende na íntegra:

Nenhum político deve mais a Goiânia do que eu. Se ocupei os cargos que ocupei, tudo começou em Goiânia. Aqui cheguei com 15 anos, em 1949, vindo do interior, mais especificamente da zona rural, com a finalidade de estudar.

Nove anos depois, em 1958, Goiânia me elegia vereador, o mais votado da capital até aquele momento. Em 1962, fui eleito deputado estadual, até então, o mais votado de Goiás. Somente os votos de Goiânia seriam suficientes para minha eleição.

Mais três anos se passaram e, aos 31 anos, era eleito o prefeito, em 1965. Portanto, Goiânia me fez conhecido em todo o Estado. Procurei, seja como prefeito ou governador, retribuir o que recebi desta cidade.

Basta lembrar que Goiânia não convive com favelas. Ainda jovem, aos 31 anos, eleito prefeito pela primeira vez, priorizei a casa própria como um bem fundamental. A capital é a única cidade de seu porte que não convive com poeira e lama.

Goiânia é também a primeira cidade do País em áreas verdes e a única que não convive com a falta de água tratada. Quando governador, em 1983, construímos o Sistema de captação do Rio Meia Ponte, que até hoje abastece toda a capital.

Construímos o Centro de Convenções, o mais moderno do País à época; a rodoviária, o Palácio da Justiça, os viadutos, praças, entre tantas outras obras importantes para Goiânia. Em cada canto dessa cidade há uma marca do meu trabalho e dedicação.

Em mais de 50 anos como homem público, posso dizer, com orgulho, que Goiânia jamais se envergonhou de mim.

Conhecido o resultado da última eleição para governador, em 2014, tomei uma decisão, de foro íntimo: encerrar ali minha carreira política com a consciência do dever cumprido.

Nos últimos meses, porém, com o surgimento do meu nome com destaque em pesquisas eleitorais, percebi o interesse de uma parcela importante da população de Goiânia para que eu pudesse rever minha posição e considerar uma nova candidatura a prefeito de Goiânia nas eleições de outubro próximo.

Refleti muito nos últimos meses e concluí, enfim, que realmente devo finalizar a minha caminhada política.

Encerro, portanto, minha trajetória como homem público com a consciência tranquila e o coração em paz. Procurei retribuir como político e ser humano a tudo que essa cidade e esse Estado me proporcionaram.

Mantenho comigo o mesmo sentimento expresso pelo Apóstolo Paulo, no capítulo 4, da segunda carta a Timóteo, em que ele disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé.”

Iris Rezende Machado