JUSTIÇA

Irmão de dono de cartório morto em Rubiataba diz que “forças ocultas” influenciam Judiciário

Advogado das irmãs suspeitas de participação na morte de dono de cartório em Rubiataba, Thales…

Advogado de irmãs suspeitas na morte de cartorário de Rubiataba diz que entende dor da família
Advogado de irmãs suspeitas na morte de cartorário de Rubiataba diz que entende dor da família (Foto: Reprodução)

Advogado das irmãs suspeitas de participação na morte de dono de cartório em Rubiataba, Thales José Jayme foi o responsável (por meio de seu escritório) pelo habeas corpus que garantiu a liberdade de Alyssa Martins de Carvalho Chaves e Aleyna Martins de Carvalho. Com a soltura delas, na última semana, a família do cartorário se revoltou, faltando até em “forças ocultas” no Tribunal de Justiça.

Thales diz entender a posição e afirma saber a dor que a família sente. Contudo, reforça que não existe “força oculta ou influência”. “Existe o cumprimento de regras que não foram cumpridas. Elas estavam presas há 279 dias. A defesa não contribuiu em nada, em nenhuma vírgula para o processo ser protelado. O Ministério Público está ali, o Poder Judiciário está ali. Chegou um momento que era preciso entrar com o habeas corpus.”

Ele lembra, ainda, que em cinco oportunidades adiaram a audiência de instrução e julgamento. Esta, contudo, ocorrerá nesta quinta-feira (13) e definirá se os acusados – as duas e outros cinco – irão para o júri popular.

“Lamento pela dor da família. Sei o quanto é difícil aceitar uma situação dessas. Ninguém aceita isso. Mas o que houve foi uma falha processual que a defesa fez uso. Um excesso de prazo que a defesa utilizou como argumento. O MP tem ciência, o poder Judiciário tem ciência. Lamento a fala e reconheço. Ele [se refere ao irmão da vítima] não ouvirá nada em desapreço a ele de forma alguma. Só que não tinha como esperar. Tinha essa falha, entramos e o Tribunal acatou por unanimidade.”

Antes, Marco Aurélio Chaves, irmão da vítima, falou ao Mais Goiás que parecia haver influência do escritório no Tribunal. “O que deixa a gente intrigado é que na mesma semana saem as duas [da prisão], e porque as outras pessoas envolvidas não saíram? Fica parecendo que tem forças ocultas dentro do Tribunal de Justiça para favorecer as duas.”

Relembre

Alyssa era esposa de Luiz Fernando e foi indiciada por mandar matar o marido para ficar com bens do casal e dinheiro de um seguro de vida. Ela admitiu à polícia ter encomendado o homicídio por R$ 100 mil. Outras seis pessoas foram responsabilizadas por suspeita de envolvimento no crime, entre elas Aleyna.

Luiz Fernando tinha 40 anos e foi sequestrado de casa no dia 28 de dezembro. A esposa dele havia levado os três filhos do casal para igreja (o que, segundo disseram familiares na época, ela nunca havia feito). Ele foi levado no próprio carro e morto com 17 tiros. No momento do crime, ele estava com as mãos algemadas.