POLÍCIA

Justiça arquiva inquérito contra Yago, jovem preso ao comprar pão

O inquérito policial contra Yago Corrêa de Souza, morador do Jacarezinho preso na favela após…

Caso aconteceu no Rio de Janeiro. Juíza revogou as medidas cautelares. Justiça arquiva inquérito contra Yago, jovem negro preso ao comprar pão
Yago Corrêa de Souza curte o tempo em casa, no Jacarezinho, após ser solto (Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo)

O inquérito policial contra Yago Corrêa de Souza, morador do Jacarezinho preso na favela após ter ido comprar pão para um churrasco, foi arquivado pela Justiça do Rio de Janeiro. A juíza Gisele Guida de Faria, da 38ª Vara Criminal da Capital, também revogou as medidas cautelares impostas ao jovem, de 21 anos. As informações são do RJTV.

Na decisão, datada de sexta-feira (25), a magistrada determinou que qualquer menção ou foto de Yago que conste no sistema da Polícia Civil seja excluída, assim como seja apagada da folha de antecedentes criminais do jovem qualquer anotação.

Agora, uma cópia do inquérito policial do caso seja entregue para a Corregedoria da Polícia Civil para que a conduta dos policiais envolvidos no caso seja apurada.

Para apurar a conduta dos PMs que prenderam Yago, a juíza também determinou que uma cópia do inquérito policial seja encaminhada à Corregedoria da Polícia Militar.

O jovem negro foi preso no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, depois de ter ido comprar pão na comunidade, ocupada pelo programa Cidade Integrada, conforme alega. Yago Corrêa de Souza foi abordado por policiais militares na noite do dia 6 de fevereiro, após ter saído caminhando da padaria de volta para um churrasco.

Jovem diz que passou fome no presídio

Ao sair do presídio, Yago contou que passou fome durante seu tempo preso em Benfica. “Foi horrível, eu passei fome, a comida estragada. Quero justiça”, afirmou ele em uma fala à imprensa logo após deixar a cadeia.

O advogado da família de Yago, Vivaldo Lúcio, também falou ao RJTV.

“O próximo passo é provar a inocência do Yago, mostrar através de provas que ele não faz parte de organização criminosa, o que aconteceu, que todo mundo sabe, é o racismo estrutural, é o estereotipo do bandido brasileiro: é negro, jovem, mora na favela, polícia adentrou a favela em uma operação, todas as pessoas correram inclusive ele com um saco de pão na mão, a polícia entrou na farmácia observou alguns populares e conduziu ele pra delegacia e prendeu, ele nem sabe por que está sendo preso”.

O jovem trabalha entregando doces para a irmã e sonha em ser goleiro em uma equipe de futebol.

*Com informações do Extra e UOL