FORMOSA

Justiça determina prisão preventiva de bispo e mais sete, em Formosa

Acusados de esquema de desvio de verbas da Igreja Católica seriam responsáveis por rombo que supera R$ 2 milhões; denúncias foram feitos por fiéis, que notaram aumento das despesas; até uma casa lotérica foi comprada com dinheiro desviado, prova MP-GO

O juiz Fernando Samuel decretou a prisão preventiva do bispo Dom José Ronaldo; do monsenhor Epitácio Cardozo Pereira; dos padres Mário Vieira, Moacyr Santana, Tiago Wenceslau e Waldson José; e dos empresários Antônio Rubens e Pedro Henrique. O magistrado considerou que as prisões são para a garantia da ordem pública e para conveniência da instrução. Os presos fazem parte do esquema com 11 envolvidos montado para desvio de dinheiro e apropriação indébita de recursos da Diocese de Formosa, revelado pela Operação Caifás, deflagrada na última segunda-feira, 19.

A ação desarticulou um esquema de desvio de dinheiro e apropriação indébita de recursos da Igreja Católica. Os valores desviados eram provenientes de dízimos recolhidos dos fiéis, de doações e de taxas arrecadadas com festas e cerimônias religiosas, como batismo e casamento.

Bispo Dom José Ronaldo, de Formosa, foi preso nesta segunda-feira (19) (Imagem: Ministério Público de Goiás)

A operação, coordenada pelos promotores de Justiça Fernanda Balbinot e Douglas Chegury, contou com a atuação de mais dez promotores de Justiça e o apoio do Centro de Inteligência (CI) do MP-GO, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno do Distrito Federal, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI-MP), além da Polícia Civil e da Polícia Militar.

Denúncia
Os promotores de Justiça Fernanda Balbinot, Paula Moraes de Matos, Julimar da Silva e Douglas Chegury ofereceram denúncia contra o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, o contador Darcivan da Conceição Serracena, o bispo José Ronaldo Ribeiro, o secretário da Cúria Guilherme Frederico Magalhães e o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior. Foram denunciados também os padres Moacir Santana, Mário Vieira de Brito e Waldson José de Melo e os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto e o advogado Edimundo da Silva Borges Júnior. À exceção dos empresários Antônio Rubens e Pedro Henrique, todos os demais responderão pelo crime de associação criminosa.

Epitácio Cardozo, Waldson José e Guilherme Frederico foram denunciado também por apropriação indébita, enquanto José Ronaldo e Mário Vieira por apropriação indébita e falsidade ideológica. Darcivan, Edimilson e Tiago foram denunciados por falsidade ideológica e, por sua vez, Moacyr Santana responderá por apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Por fim, os empresários Antônio Rubens e Pedro Henrique foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro.

Os promotores descreveram em detalhes a participação de cada um deles no documento onde são individualizadas as suas condutas criminosas para que a apropriação de altos valores advindos de dízimo de fiéis, pagamento de emolumentos eclesiásticos de batismos, casamentos, bem como doações e coletas.

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