VIGILÂNCIA

Letalidade policial desaba 85% em batalhões de SP com câmeras em uniformes

As medidas implementadas pelo Governo de São Paulo para redução da letalidade policial, entre as…

MP quer antecipação de julgamento para câmeras em fardas da PM em Anápolis
SP - Câmeras nas fardas de PMs reduz letalidade policial em 61% em 2 anos (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

As medidas implementadas pelo Governo de São Paulo para redução da letalidade policial, entre as quais o uso de câmeras “grava tudo” acopladas aos uniformes de policiais militares, levaram a uma queda de 36% no número de pessoas mortas em supostos confrontos no estado de São Paulo em 2021.

Essa redução foi puxada, em boa parte, pelos batalhões integrantes do programa Olho Vivo, das câmeras “grava tudo”, expandido em junho de 2021. Nas 18 unidades —na capital, litoral e interior—, a diminuição chegou a 85% nos últimos sete meses do ano passado, comparados ao mesmo período de 2020.

De 1º de junho a 31 de dezembro de 2020, houve 110 mortes decorrentes de intervenção policial nesses batalhões. Já no ano passado, em igual período, foram 17. Em 2019, também no mesmo intervalo, a Corregedoria registrou 165 mortes –queda de 90%, conforme dados inéditos obtidos pela Folha.

O batalhão da Rota, unidade de elite da PM e, até começo do ano passado, uma das mais letais da corporação, também faz parte das unidades que passaram a usar câmeras. Lá, de acordo com dados oficiais, a redução foi de 89%.

Em números absolutos, os PMs da Rota mataram nos últimos sete meses de 2020 um total de 35 pessoas. Já no mesmo período do ano passado, com as câmeras acopladas ao uniforme, foram quatro mortes decorrentes de intervenção policial registradas no batalhão.

Em 2019, nesse mesmo período, foram 52 mortes. Assim, comparando com os sete meses finais de 2021, a queda chega a 92%. Até o início do programa, a Rota acumulava 386 mortes em confrontos, desde 2016.

O major Rodrigo Cabral, porta-voz da PM, diz que a redução da letalidade na PM paulista não pode ser atribuída apenas ao uso das câmeras, mas sim a um conjunto de medidas implementadas pelo comando da corporação.

“Nas demais unidades, que ainda não utilizam as COPs [câmeras corporais], também verificamos uma redução acentuada da letalidade”, disse.