INVESTIGAÇÕES

Médico suspeito de dar superdosagem que matou paciente diz que jovem havia tentado tirar a própria vida antes da internação

a jovem procurou o hospital com sintomas de crise de ansiedade e foi submetida a tomar alguns calmantes. Em seguida, começou a passar mal

Servidores do hospital de Silvânia são investigados por morte de estudante que recebeu superdosagem de remédio
Servidores do hospital de Silvânia são investigados por morte de estudante que recebeu superdosagem de remédio

O médico afastado do cargo de diretor clínico do Hospital de Silvânia suspeito de dar uma superdosagem de remédios para a jovem Vitória Cristina Queiroz dos Santos, de 21 anos, afirmou à polícia que a estudante tentou se matar, por isso teria dado entrada na unidade de saúde. A informação, no entanto, é negada pela Polícia Civil.

A coordenadora das enfermeiras, o médico e a secretária de saúde foram afastados dos cargos públicos, nesta quarta-feira (9), suspeitos de falsificar e omitir informações do prontuário médico. O caso ocorreu no início de julho.

No depoimento, o médico alegou à polícia que a mãe da garota teria dito que ela havia tentado se matar. No entanto, a família diz que a mãe nunca falou nada neste sentido.

O delegado responsável pelo caso, Leonardo Sanches, aponta que o médico colocou na ficha da paciente uma quantidade de 120 comprimidos, e colocou nomes de remédios que ela já tomava.

Segundo a investigação, a jovem procurou o hospital com sintomas de crise de ansiedade, e, já na unidade, foi submetida a tomar alguns calmantes. Em seguida, começou a passar mal e foi transferida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia.

De acordo com o advogado da família, Jales Gregório, os medicamentos aplicados na jovem não deveriam ser usados em caso de crise de ansiedade, mas para intubação. Gregório afirmou que a quantidade aplicada foi quase 10 vezes maior que a recomendada. “Ela teria que tomar 50 microgramas, mas deras 10 miligramas, que corresponde a 500 microgramas da medicação”, disse o advogado.