ACIDENTE

Menina que teve perna amputada no Carnaval segue em estado grave

A menina de 11 anos, Raquel Antunes da Silva, que teve uma das pernas amputadas…

Raquel Antunes da Silva está internada na CTI de um hospital no Rio. Menina que teve perna amputada no Carnaval segue em estado grave
(Foto: Reprodução Redes Sociais)

A menina de 11 anos, Raquel Antunes da Silva, que teve uma das pernas amputadas após um acidente em um carro alegórico da escola Em Cima da Hora, permanece com estado de saúde considerado muito grave. Ela está internada na CTI pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.

Raquel tinha sentado no carro alegórico, que estava na Rua Frei Caneca, no Estácio, depois da dispersão para tirar foto. O carro alegórico estava parado, e ela estava em companhia de outras quatro crianças, que conseguiram pular quando o carro começou a andar. Ao passar por um poste, ela teve as pernas esmagadas entre o carro e o poste.

Segundo uma amiga da mãe de Raquel, Daiane da Costa, de 25 anos, depois que a menina se desvencilhou do poste e do carro, ela caiu no chão.

— A gente estava na pracinha na Rua Frei Caneca. Compramos lanches, e ela ficou brincando com uns coleguinhas. As crianças foram andando no sentido do carro alegórico, e ela sentou para tirar uma foto. Não viram que ela estava sentada e empurraram o carro de frente pra trás, o que imprensou a perna dela no poste. Raquel ficou presa, e, quando puxaram a alegoria, ela caiu — conta Daiane.

A amiga da família acompanhou Raquel na ambulância até o Hospital Souza Aguiar na noite de quarta-feira. Ela disse que a menina teve fratura exposta e que a mãe dela, Marcela Portelinha, desmaiou diversas vezes desde o acidente e está traumatizada. Ontem, Marcela, que está grávida, esteve duas vezes no Hospital Souza Aguiar e passou mal diversas vezes. No fim da tarde, ela chegou a desmaiar enquanto dava entrevista para jornalistas no local, e teve que ser atendida pela equipe do hospital. Pouco antes, ela afirmou que a escola de samba não prestou nenhuma ajuda à família até agora, tampouco a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).

— Ninguém da liga nem da escola veio me ajudar até agora, não ofereceram nenhum recurso. Estou desde ontem sem dormir e ninguém da escola veio me perguntar nada até agora — disse Marcela.

Desfile violou normas de segurança, diz MP

Segundo o Ministério Público, no mês passado, foi enviada recomendação para os organizadores do desfile que menciona a necessidade de segurança no momento da dispersão dos carros alegóricos, especialmente no cuidado com crianças e adolescentes.

Trecho da recomendação do MPRJ afirma que o desfile é um “mega evento de grande repercussão e com presença de várias crianças e adolescentes que podem ficar em situação de vulnerabilidade por fatores diversos tais como: riscos à integridade física pela aglomeração ou práticas delitivas, perderem-se de seus respectivos responsáveis legais; quedas de carros alegóricos ou outros transtornos que os coloquem em situação de risco a ensejar a proteção por parte da ação articulada dos protagonistas do Sistema de Garantias, notadamente, Ministério Público da Infância e Juventude, Juízo da Infância e Juventude, Conselho Tutelar, SMASDH, PMERJ, Liesa, (Liga Independente das Escolas de Samba Mirim), AESMRIO (Associação das Escolas de Samba Mirim e organizadores do evento)”.

Por causa do acidente com Raquel, o juiz da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital, Sandro Pitthan Espíndola, determinou na noite desta quinta-feira, dia 21, que todas as escolas do Grupo de Acesso, Especial e Mirins façam escolta de seus carros alegóricos até seus barracões. A medida foi pedida pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). Em sua decisão, o juiz também ordena que a Polícia Militar ponha viaturas na Rua Frei Caneca e no entorno da via, local de saída das alegorias.