“Não me alinhei a Bolsonaro para ter apoio”, ressalta Gustavo ao comentar erros de campanha
Mendanha também ressaltou acertos e agradeceu apoio de aliados importantes
O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-candidato ao governo de Goiás Gustavo Mendanha (Patriota) admitiu erros de percurso contraídos durante a campanha ao Palácio das Esmeraldas. Porém, fez questão de anunciar que se mantém ao lado do presidente Jair Bolsonaro, mesmo após a derrota para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) nas urnas. “Não apoiei Bolsonaro para ter apoio dele, mas por uma questão de princípio”, ressaltou.
A declaração de apoio ao presidente tem, segundo Mendanha, raízes em sua origem cristã e conservadora. “Não poderia nesse momento ficar como o governador, em cima do muro. Confesso que cometi erros, mas não mudaria nada em relação ao meu alinhamento a Bolsonaro”.
À disposição de Bolsonaro
Por outro lado, Gustavo admitiu que o apoio do presidente lhe faria diferença. “Claro que se tivesse o apoio dele [Bolsonaro] o resultado poderia ser diferente, mas teríamos uma candidatura a menos. Escolhi o presidente porque as pautas dele se aproximam da minha realidade. Me coloco à disposição do presidente para trabalhar por ele em Goiás”.
“Falta de experiência”
Ao mencionar seus erros, Gustavo evitou comentá-los em detalhes. No plano geral, reconheceu a falta de experiência na disputa e disse que pecou na busca por alinhamento com lideranças regionais. “[Apesar disso], também tivemos acertos. Considero que acertamos estrategicamente e também no âmbito partidário. A todo tempo busquei partidos maiores, mas Caiado me fechou as portas, como ocorreu no PL e Republicanos”.
“Prejudicado”
Para além do apontado “equívoco intencional” de pesquisas eleitorais, Mendanha considerou que o tempo de TV foi outro obstáculo ao sucesso de sua candidatura. “Acho que o tempo de televisão prejudicou a mim e outros candidatos, bem como o uso da máquina pública pelo governador. Mas faz parte do jogo, democracia é assim”, comentou.
Conforme expôs Gustavo, o Republicanos oferecia tempo de televisão, mas problemas internos do partido contribuíram para que a filiação não ocorresse. “O partido vinha de um momento conturbado e eu não tive a estrutura política para fechar o acordo”, lamentou.
“Saio maior que entrei”
A declaração de Gustavo, porém, não se limitou a lamentações. O ex-prefeito de Aparecida ressaltou a importância da parceria de João Campos, também derrotado, mas na corrida ao Senado.

“Não consegui o Republicanos, mas tive João Campos, que foi leal e ofereceu tempo de TV que eu precisava. Também agradeço a Heuler Cruvinel, que se destacou na coordenação de campanha. Agradeço vereadores, pastores, padres, todos que colaboraram para que obtivéssemos quase 900 mil votos. Me sinto vitorioso por enfrentar tudo que eu enfrentei e ainda conseguir esse volume de votos. Tive uma derrota política, mas saio dela muito maior do que eu entrei”.