caso jehan

Pai sonhava em ter consultório com o filho assassinado: “sala dele estava pronta”

Julgamento do réu que responde pela morte de Jehan Paiva está marcado para acontecer nesta terça (7), a partir das 8h30

Prosperar na odontologia era o projeto de vida da família de Jehan Paulo José de Paiva, estudante que foi morto aos 21 anos em uma briga causada por chopp numa festa universitária em Anápolis, no dia 7 de junho de 2013. Ele seria o terceiro a tirar o diploma de dentista, já estava no último ano de curso e sonhava em ter um consultório com o pai (que trabalha na área).

“O sonho dele era ser cirurgião bucomaxilar. Queria fazer implantes. Ele planejava comigo: ‘pai, eu vou fazer implantes e o senhor vai trabalhar com a parte da estética e da reabilitação junto comigo’. Esse era o nosso projeto. Hoje eu faço implantes sozinho, só eu e a minha secretária. E eu sempre lembro que ele poderia estar do meu lado, me ajudando e me dando forças. Hoje eu estou com 60 anos de idade, já quase no final da minha carreira. Imagina se ele estivesse comigo?”, lamenta o pai.

Além de José e Jehan, quem também escolheu a carreira de odontóloga foi a irmã do rapaz assassinado, Joice. Ele se formaria com 22 anos e estaria agora com nove anos de formado. Com certeza o Jehan estaria muito bem profissionalmente. Eu sou dentista e conhecia muito bem o potencial dele. Estaria hoje sendo um grande profissional”, diz o pai. “Era o nosso projeto de vida, que foi destruído por esse criminoso”.

Parentes e amigos pedem Justiça após assassinato de Jehan Paiva (Foto: Reprodução)

Amigos da faculdade

Em homenagem à vítima, a associação acadêmica atlética que reúne os alunos de odontologia da Unievangélica foi batizada com o nome de Jehan José de Paiva, o que ainda hoje emociona o pai José.
“Essa associação funciona dentro da UniEvangélica, foi fundada pelo Jehan e cuida da parte de esportes dentro da universidade. Esse pessoal até fez questão de nos conhecer esse ano. Tem até uma postagem sobre o dia”, conta ele. “Os colegas do Jehan nunca perderam contato conosco. Eles têm um grupo de Whatsapp e eles me colocaram no grupo. É um carinho muito grande por nós. Isso nos acalenta, nos dá força”.

O pai afirma que, dez anos depois, continua a receber o carinho de pessoas que não conhece, mas que gostavam do filho dele. “Em todo lugar que a gente anda, a gente encontra amigos do Jehan. Ele tinha um carisma muito grande. A gente recebe visita de amigos que eu nem conheço. Ele deixou um legado imenso, isso é o que nos dá força e nos impulsiona a manter a memória dele”.

A morte de Jehan terá um novo desdobramento nesta terça-feira (7): está marcado para começar às 8h30 o julgamento do médico veterinário Paulo Victor Sousa Gomes, que vai responder pelo golpe de canivete que atingiu o coração do estudante durante uma festa em 2013. Jehan teria sido morto ao tentar apartar uma briga causada pela fila do chopp que estava sendo servido.