SSPAP

Presos da Operação Arrebatamento são suspeitos de sonegar R$ 129 milhões

Executada simultaneamente em Luziânia, Cidade Ocidental, Formosa e Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal, a…

Executada simultaneamente em Luziânia, Cidade Ocidental, Formosa e Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal, a Operação Arrebatamento cumpriu desde a madrugada desta terça-feira (16) quatro mandados de prisão temporária, 19 de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais e duas conduções coercitivas. Também foram apreendidas quatro armas de fogo e porções de drogas. Empresários são suspeitos de terem sonegado cerca de R$ 129 milhões.

Participaram da operação 100 policiais civis e 60 militares, além de 40 auditores fiscais. A secretária de Estado da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, esteve em Luziânia e acompanhou de perto as ações. Estão sendo apurados crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e contra a ordem tributária. Um dos principais objetivos é recuperar aos cofres públicos recursos provenientes dos impostos sonegados por um grupo empresarial que atuava na região.

Entre os estabelecimentos alvos de mandados estão supermercados, postos de combustível e lojas de conveniências. Auditores fiscais deram início às auditorias necessárias para lavratura dos autos de infração.

As investigações tiveram início há mais de dois anos, a partir do cruzamento de dados de operadoras de cartão de crédito. Nas análises, agentes do Fisco descobriram, em apenas duas empresas em Luziânia com cadastro suspenso junto à Sefaz, movimentação de vendas que ultrapassou R$ 70 milhões.

A partir daí, as investigações apontaram um esquema de blindagem patrimonial com a utilização de pessoas interpostas no quadro societário – funcionários ou ex-funcionários do grupo empresarial. Diversos documentos falsos ou adulterados também foram utilizados.

Participam da operação a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Batalhão Fazendário da Polícia Militar, com apoio do Grupo Especializado da Polícia Civil (GT-3).

De acordo com a titular da DOT, delegada Tatyane Gonçalves Cruvinel, a razão social dava a falsa ilusão de que os negócios realizados pelo grupo tinham conotação lícita. “Nosso trabalho teve de ser extremamente minucioso. Tentaram empregar uma falsa aparência de transparência”.

O nome da operação foi escolhido pelo fato da grande maioria das empresas envolvidas no esquema possuir razão social que remetem a nomes bíblicos. Arrebatamento da igreja é o evento no qual Deus realiza seu julgamento.

Integração

Segundo secretária de Estado da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, a parceria entre Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) e Sefaz fortalece a justiça fiscal em Goiás. “É uma ação que demonstra clara intolerância em relação à sonegação fiscal, algo que subtrai recursos que deveriam estar beneficiando a população goiana como um todo, em particular os mais carentes”, destaca.

Comandante do Batalhão Fazendário da Polícia Militar, major Alan Pereira Cardoso também ressalta a importância do trabalho integrado. “É um esforço conjunto. O resultado está sendo alcançado graças ao empenho de todos nessa ação”, disse ao lembrar também da participação de policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD) e Batalhão Rodoviário da PM.

Vale destacar que a integração entre as forças policiais do Estado foi determinada pelo vice-governador e titular da SSPAP, José Eliton, ao assumir a pasta em fevereiro deste ano. Desde então, diversas operações conjuntas já foram realizadas e crimes solucionados.