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Relógio do Apocalipse foi adiantado em 30 segundos

Desde 1947, o comitê do Boletim de Cientistas Atômicos atualizam anualmente o Relógio do Juízo…

Desde 1947, o comitê do Boletim de Cientistas Atômicos atualizam anualmente o Relógio do Juízo Final, uma maneira simbólica de demonstrar, através de indicativos econômicos, ambientais e políticos, o quão próximo o mundo está de uma catástrofe global capaz de erradicar a vida inteligente na Terra. A simbologia é simples: se o relógio marcar meia-noite, é o fim do mundo.

 

O site do boletim divulgou nesta quinta-feira (26) que o relógio, que marcava 3 minutos para a meia-noite no início de 2016, foi adiantado em 30 segundos: estamos a dois minutos e meio para a meia-noite.

 

A mudança foi considerada especialmente grave porque, até hoje, o máximo a que o relógio chegou foi em 2 minutos para a meia-noite: em 1953, durante os testes da bomba H feitos pelos EUA e a URSS. De lá pra cá, outros anos foram marcados por um relógio extremamente pacífico: 1991, o ano mais pacífico, teve o relógio a 17 minutos para a meia-noite.

 

O relógio foi criado pelos cientistas do Projeto Manhattan, criadores da bomba atômica, e pelo seu medo de uma guerra nuclear que traria consigo um holocausto nuclear e o possível fim do mundo. Em 47, ano de sua criação, o relógio marcava 7 minutos para a meia-noite.

 

Vale lembrar que o relógio é definido de maneira lógica e pelas mentes mais brilhantes do mundo, incluindo 15 vencedores do Nobel. Segundo o site, a má-gestão e a desinformação foram os principais contribuintes para o avanço do relógio que vê a sociedade mundial de agora, e especialmente os grandes poderes, em um estado beligerante e com tendências radicais que podem levar à guerra em grande escala.

 

O comitê também deixou claro em seu site que as atitudes tomadas por Donald Trump na sua primeira semana como presidente contribuíram em boa parte para o avanço do relógio, assim como uma deterioração do meio ambiente e avanço do aquecimento global em 2016. O site criticou a inação global em relação ao meio ambiente e ressaltaram que a humanidade se aproxima do ponto sem volta em que nosso planeta irá se voltar contra nós.

 

Entraram na equação também a desinformação: notícias falsas e boatos, para eles, contribuíram de maneira significativa para uma escalada no ódio e no clima de medo e insegurança na população mundial, o que tende a levar a fanatismo e a regimes totalitários. Curiosamente, a Singularidade apareceu nas preocupações deste ano: para o comitê, os governos e comunidades científicos já devem se preocupar com limites, controles e com a moralidade em relação às máquinas e ao avanço da inteligência artificial antes que seja tarde demais.

 

Para eles, desde 1953, o mundo nunca esteve tão perto de acabar.