DICAS

Saiba como evitar que seus eletrônicos queimem no período chuvoso

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas pela região centro-oeste até o dia 20…

Tempestade de raios mata 20 pessoas na Índia no intervalo de 24 horas (Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
Tempestade de raios mata 20 pessoas na Índia no intervalo de 24 horas (Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas pela região centro-oeste até o dia 20 de outubro. O sul de Goiás deve ser uma das mais afetadas. No Estado, chuvas são sinônimo de quedas constantes de energia. Muitos aparelhos eletrônicos ‘queimam’ ou ficam danificados. O Mais Goiás ouviu engenheiros eletricistas para saber o que é possível fazer para evitar que isso aconteça.

O engenheiro eletricista Brenno Nascentes de Paula explica que, quando as chuvas vêm acompanhadas de raios e ventos fortes, elas podem causar queda de árvores ou rompimento de cabos, fazendo com que a distribuição de energia oscile. Ou, caso um raio caia próximo a rede elétrica, pode acontecer um ‘surto de tensão’, causando danos aos equipamentos.

Segundo a Enel, responsável pela distribuição de energia elétrica do Estado, o sistema de monitoramento registrou 1.216.926 raios durante o ano de 2019. Para tornar a atuação mais eficiente no período chuvoso deste ano, a empresa apresentou, nesta quarta-feira (14), um plano estratégico chamado Plano Verão. Segundo a Enel, foram realizadas ações preventivas, como mutirões de podas de árvores e manutenções e investimentos para agilizar o atendimento às ocorrências.

O responsável de Operações e Manutenção, José Januário de Oliveira, afirma que com as primeiras chuvas de outubro a companhia atingiu bons resultados. “Atendemos cerca de 5 mil ocorrências em 48h, resultado de automações de rede e reforço das equipes”, comemora José. Entretanto, moradores da capital ainda reclamam de quedas constantes de energia.

Profissionais da área afirmam que ações simples, como retirar os aparelhos da tomada no período chuvoso, ajudam a evitar que os equipamentos queimem. “Durante a volta da energia a tensão pode voltar desbalanceada nos primeiros momentos e a velha tática de retirar os aparelhos da tomada é válida”, explica o engenheiro eletricista, Brenno.

O empresário no ramo de materiais elétricos e também engenheiro eletricista Lucas Borges afirma que uma outra forma de evitar danos é instalando um fusível nos produtos.”A função do fusível é receber a descarga, ou seja, antes de queimar o equipamento, queima o fusível. Grande parte dos produtos hoje em dia já vem com ele instalado”, explica ele.

Mais propensos?

Televisões com definição 8K (Foto: Steve Marcus/Reuters/ Agência Brasil)

Existem alguns produtos que podem estragar com mais facilidade. Para Lucas, isso depende da qualidade dos equipamentos e do percurso da corrente. “As vezes você têm um microondas que os componentes não são tão bons em absorver a carga, provavelmente ele vai estragar primeiro”, detalha Lucas Borges.

Brenno explica que aparelhos que utilizam mais componentes eletrônicos, como fontes de alimentação de notebook ou Smart TVs, são os mais propensos, por serem mais sensíveis às variações de tensão.

Dicas

Segundo Lucas, o aterramento correto das construções é a primeira coisa a ser feita numa casa. Além disso, existem aparelhos que podem ser instalados junto ao disjuntor de energia nas casas. Um deles é o Dispositivo de Proteção de Surto (DPS), que ajuda a detectar e limitar os surtos elétricos da rede. “Ele vai proteger a sua rede, caso ele receba uma carga muito alta, ele bloqueia a corrente de energia pro disjuntor e vai jogar literalmente para a terra”, detalha o profissional.

O dispositivo é uma maneira não só de proteger e prolongar a vida útil dos equipamentos, mas também de evitar prejuízos que ultrapassam os materiais, como no caso de um incêndio com vítimas. Em janeiro deste ano, um homem morreu após receber uma descarga elétrica em Caldas Novas, a cerca de 170 km de Goiânia.

Outra opção, segundo Brenno, é um aparelho conhecido como ‘nobreak’, que pode ser comprado e instalado para proteger os eletrônicos das oscilações e tensões nas redes. “É importante lembrar que tanto o aterramento quanto a instalação desses aparelhos devem ser realizados e acompanhados por um profissional habilitado pelo CREA”, ressalva o profissional.

Confira as dicas:

  • Durante a chuva tire os equipamentos da tomada, preferencialmente os que não precisam ficar ligados sempre;
  • Escolha produtos com o selo de aprovação do Inmetro;
  • Observe se o fusível do seu produto está danificado, caso esteja, troque;
  • Invista no aterramento do local em que vive;
  • Procure dispositivos de prevenção, como o ‘nobreak’;
  • Procure orientação com um profissional sobre a condição de seu disjuntor e DPS;

Se o aparelho queimou, o que fazer?

De acordo com a atendente do Procon Goiás, Neide, a empresa responsável pelo produto só possui responsabilidade em realizar a troca, ou ressarcimento do valor, caso esteja dentro do prazo de garantia. Já a Enel, só tem responsabilidade com os produtos caso a queima tenha ocorrido por oscilações causadas pela companhia. “Chuva é considerado acidente, a Enel só tem responsabilidade se for culpa dela”, afirma Neide.

Assim como as pilhas, os equipamentos eletrônicos não devem ser descartados no lixo comum. Lucas, explica que sempre é recomendado tentar consertar antes de descartar. “Geralmente no manual de instrução tem essa orientação de onde devem ser descartados, porque eles possuem componentes químicos que prejudicam a natureza. Cada fabricante orienta qual a melhor forma de jogar fora”, esclarece Lucas.

Segundo regulamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), caso algum equipamento eletroeletrônico tenha queimado e o proprietário acredita que a causa tenha sido a oscilação de tensão ou o restabelecimento da energia após uma interrupção, ele pode questionar a distribuidora sobre o conserto ou ressarcimento, com até 90 dias do acontecido.

A solicitação pode ser feita por telefone ou pelo aplicativo, disponível para Android e Ios. A partir disso, a distribuidora tem até dez dias corridos para verificar o equipamento danificado. Mas, a distribuidora pode se negar a ressarcir danos em alguns casos, como se o consumidor providenciar o conserto do equipamento antes do fim do prazo por conta própria.