Maternidade

Pesquisa da UFG comprova benefícios da bolsa canguru

Os benefícios da bolsa canguru para bebês acima de 37 semanas de idade gestacional e…

Os benefícios da bolsa canguru para bebês acima de 37 semanas de idade gestacional e no peso ideal foram comprovados por pesquisa inédita na América Latina, realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG). O fortalecimento do contato e do vínculo entre mãe e filho, bebês mais calmos, que choram menos e dormem melhor e a melhora das cólicas foram algumas das percepções relatadas pelas mulheres que utilizaram a bolsa canguru. O estudo também encontrou relação entre o acessório e o aleitamento materno exclusivo.

O trabalho acompanhou 98 mães que aceitaram utilizar a bolsa, quando ainda estavam na maternidade, local onde elas receberam e foram ensinadas a usar o acessório. O acompanhamento ocorreu até o primeiro ou o segundo mês dos bebês. Durante esse período, elas foram entrevistadas sobre a frequência em que utilizavam a bolsa, as percepções que elas tinham desse uso e a amamentação. Das participantes, 39,8% usaram o pano três vezes ou mais por semana em domicílio, 49% utilizaram menos de três vezes por semana e 11% não utilizaram o canguru.

De acordo com o estudo da Faculdade de Enfermagem da UFG, quem utilizou o acessório percebeu a sensação de tranquilidade gerada na criança, o que favoreceu também o bem-estar da mulher. O contato pele a pele propiciou à mãe conhecer melhor o seu bebê e permitiu momentos compartilhados de descanso. “Como os bebês dormiam melhor no canguru, as mães aproveitavam para descansar também”, conta a pesquisadora Romilda Rayane Godoi Souza.

Um maior grau de autonomia conquistada pela mãe em momentos de atividades e locomoção dentro e fora de casa também foi identificado. “Teve uma que relatou o auxílio da bolsa canguru no transporte coletivo, quando não havia cadeiras para sentar e ninguém sedia o espaço”, afirma Romilda. Além disso, ela destaca que dentre as participantes, 88 mulheres estavam amamentando. “As mães que ainda amamentavam e utilizaram o canguru ao menos uma vez, que seja na maternidade, tiveram uma boa pontuação na escala de autoeficácia da amamentação, ferramenta que verifica a confiança das mães em amamentar”, completa.

Para a pesquisadora, uma grande relevância do estudo foi acompanhar as mudanças na forma de enxergar a maternidade entre as mulheres que usaram o canguru. “Tivemos o prazer de acompanhar mães se sentindo mais fortes no contato com os seus filhos”, relata. Na avaliação da orientadora da pesquisa, Thaíla Corrêa Castral, o estudo mostra uma nova proposta de cuidados com os recém-nascidos, diferente do tradicional. “Apesar de percebemos uma cultura resistente a carregar os bebês em panos em vez dos carrinhos, constata-se que essa prática é boa”.

(Foto: Carlos Siqueira)