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Troca de emails aponta intenção da OS INTS de demissão de funcionários do Hugo

A transição da gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) ganhou mais um capítulo…

Preso homem suspeito de espancar namorada em Aparecida de Goiânia
Um homem foi preso em flagrante na madrugada de domingo (23) suspeito de espancar a namorada em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A vítima, uma manicure de 24 anos, teve várias fraturas na face e precisou ser encaminhada ao HUGO

A transição da gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) ganhou mais um capítulo na manhã desta quarta-feira (11). Desta vez, trata-se da confirmação da intenção de demissão de funcionários do hospital por parte da Organização Social (OS) que irá administrar a unidade de saúde, o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS). O Mais Goiás teve acesso, com exclusividade, a e-mails do INTS em que funcionária da OS solicita o custo de verbas rescisórias separado por função. “Conforme nos falamos por telefones, preciso de todo o custo de verbas rescisórias (médias, FGTS etc…) separado por função (sic)”, diz um dos textos.

Uma fonte ouvida por este portal de notícias, que preferiu não ser identificada, disse que o secretário de saúde, Ismael Alexandrino, informou ao governador Ronaldo Caiado (DEM) que não haveria demissão na unidade por conta da transição. No entanto, segundo a partícipe, os documentos demonstram a intencionalidade de demissões.

E-mail sugere que INTS pretende demitir funcionários; cerca de 1,3 mil trabalhadores podem perder seus empregos (Imagem: reprodução/Mais Goiás)

Funcionários do Hugo vivem insegurança e medo de demissão em massa desde que o INTS, vencedor do certame realizado para definir a nova gestão da unidade, iniciou a fase de transição para assumir a administração, que atualmente é de responsabilidade do Instituto Haver.

Denúncias de funcionários feitas ao Mais Goiás preveem desligamento de cerca de 1,3 mil servidores do local. Os relatos dos profissionais também expõem a diminuição do salário e aumento de carga horária de enfermeiros do Hugo.

Uma reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT) entre a Secretaria do Estado da Saúde (SES), INTS, Instituto Haver e Sindicato dos Trabalhadores em Goiás (SindSaúde) está prevista para a tarde desta terça-feira (11), às 14h. “Vamos discutir saídas para tentar construir uma transição sem demitir cerca de 1,3 mil entre médicos, enfermeiros e técnicos”, disse a presidente da entidade, Flaviana Alves.

Entenda

No último dia 23 de agosto, uma liminar da Justiça suspendeu os efeitos do Chamamento Público que definiu o INTS como gestor do Hugo. O motivo da suspensão foi o fato de a OS não ser habilitada para o certame. Conforme noticiado por este portal, a entidade não cumpriu os requisitos necessários estabelecidos na Lei nº 15.503/2005, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais estaduais.

Durante o processo de escolha, o Governo do Estado enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de Lei que alterava especificamente essa exigência. As mudanças trazidas pelo dispositivo (20.487/2019), possibilitaram que o INTS voltasse a ser habilitada no processo. Assim, a OS apresentou recurso com base nas alterações provocadas pelo Estado e recuperou o status de habilitada. De acordo com a sentença, as alterações feitas pela legislação não poderiam ser aplicadas ao processo em andamento.

Apesar de decisão judicial, a transição para a OS que irá administrar o Hugo continuou acontecendo normalmente. Funcionários do hospital que não quiseram se identificar afirmaram que representantes do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), OS que foi vitoriosa no certame, continua o processo de transição. “Eles estão aqui, andando para cima e para baixo e fazendo perguntas”, disse um dos trabalhadores.

Na última semana, no entanto, a Justiça suspendeu os efeitos da liminar que impedia o INTS de assumir a gestão do Hugo. O desembargador responsável pela suspensão, Amaral Wilson de Oliveira, afirmou no documento que a decisão foi tomada para garantir a continuidade do atendimento do hospital. “[…] para não prejudicar as pessoas que necessitam de atendimento no Hospital Estadual de Urgências de Goiânia […] revela-se plausível a concessão da tutela de urgência recursal, para determinar a imediata suspensão dos efeitos da decisão agravada”, decidiu.