óbito

Sinal de celular ajudou a revelar identidade de assassino de goiana morta em 2018 na Argentina

Investigação apontou que Iver Uruchi Condori invadiu apartamento de jovem para roubar celular e computador, e a matou para que ela não o entregasse às autoridades

Sinal de celular ajudou a revelar identidade de assassino de brasileira morta em 2018 na Argentina

Foram quatro anos até que a Justiça argentina condenasse o boliviano Iver Uruchi Condori pelo assassinato da goiana Luana Cristina Carneiro de Melo. Em 2018, a jovem analista financeira de 25 anos foi encontrada em seu apartamento em Buenos Aires por uma amiga, numa morte inicialmente atribuída a causas naturais. Meses depois, no entanto, as investigações apontaram que a brasileira poderia ter sido, na verdade, assassinada, quando seu celular voltou a ser usado.

Iver Uruchi Condori, que sempre se declarou inocente, foi condenado a prisão perpétua pelo crime de homicídio em concorrência com o crime de furto.

— Embora nada possa trazer nossa Luana de volta, saber que seu algoz não sairá às ruas para ferir outras mulheres, e que a Justiça foi feita em sua memória, nos traz alívio. Agradecemos ao Ministério Público e aos peritos criminais por sua incansável trabalham na busca de respostas e justiça — disse Rosemary Freitas a agência de notícias argentina Telám.

A mudança no rumo das investigações foi possível após uma empresa de telefonia ter alertado ao Ministério Público argentino que o celular de Luana havia sido ativado em nome de uma pessoa que não estava no país quando a morte ocorreu. Ao mesmo tempo, uma perícia indicou asfixia mecânica como uma das possíveis causas do óbito.

O novo dono do celular era irmão de Codori, que, por sua vez, era funcionário de Lorena Olivieri, proprietária do imóvel onde Luana residia. O boliviano , que trabalhava em outro andar no mesmo endereço, tinha acesso às chaves do apartamento. As investigações mostraram que Condori invadiu o imóvel para roubar o celular da vítima, e que ele matou a brasileira para que ela não o entregasse aos policiais.

Condori invadiu o apartamento entre 13h e 14h do dia 30 de março de 2018, de acordo com a Justiça argentina. O objetivo do boliviano era furtar o iPhone, o notebook, uma mochila, 50 dólares e 900 pesos argentinos.

A sentença foi proferida pelos desembargadores Luis Oscar Márquez, Darío Martín Medina e Claudia Beatriz Moscato, membros do Tribunal Oral e Criminal. Com a decisão, Condori permanecerá preso no Complexo Penitenciário Federal II Marcos Paz, do Serviço Penitenciário Federal (SPF).

A mãe de Luana, Rosemary Carneiro de Freitas, esteve presente em todas as audiências do julgamento:

— Em vida, Luana sempre lutou pela justiça e pelos direitos das mulheres. A condenação de seu assassino, para nós, representa a persistência dessa luta — disse Rosemary.

O advogado Macos Tosato, que representou a família de Luana, disse que o caso foi “complicado desde o início”, pois Condori sempre se declarou inocente e nunca reconheceu o crime, apesar de ter deixado vários rastros.

— O assassino deixou um rastro indelével de sua presença no local. Depois mudou as versões. Acomodou-as às evidências. Ele tentou contradizer um conselho de tanatologistas especialistas, médicos forenses. Foi uma decisão justa — afirmou Tosato.