JUSTIÇA

STF retira da pauta ações sobre plano de vacinação do governo contra Covid

Na quarta-feira, permanecem na pauta julgamentos sobre vacinação compulsória

STF retira da pauta ações sobre plano de vacinação do governo contra Covid
STF retira da pauta ações sobre plano de vacinação do governo contra Covid

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, retirou da pauta do plenário duas ações que pediam para o governo federal apresentar um plano de vacinação contra a Covid-19. O julgamento estava marcado para começar na quinta-feira, mas o relator das ações, ministro Ricardo Lewandowski, pediu o adiamento depois que o governo entregou ao STF um plano nacional de imunização contra a doença.

No sábado, Lewandowski determinou que fosse dada ampla publicidade ao documento e pediu a retirada de pauta das ações “para melhor exame”. O ministro também determinou que o plano seja enviado ao Congresso Nacional.

Os processos começaram a ser julgados em novembro no plenário virtual, um sistema em que os ministros postam seus votos sem a necessidade do encontro entre eles. Fux interrompeu o julgamento para que o caso fosse examinado no plenário físico — que, durante a pandemia, se reúne por videoconferência. Agora, o julgamento deve ocorrer só em 2021, já que o STF realiza na próxima sexta-feira a última sessão deste ano antes do recesso.

Lewandowski já tinha votado no sentido de determinar ao governo a apresentação em até 30 dias de um plano detalhado para assegurar o fornecimento de vacinas contra a Covid-19. Dias depois, o governo federal apresentou um plano preliminar para imunizar 109,5 milhões de pessoas. Em seguida, veio o “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”, assinado pelo Ministério da Saúde.

Outros três processos sobre vacinação foram mantidos na pauta de julgamentos do plenário do STF da próxima quarta-feira. Em dois processos, será discutido se autoridades podem obrigar a população a se vacinar contra a doença. Um terceiro discute se os pais podem deixar de vacinar os seus filhos com base em “convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais”. Fux já disse a interlocutores que é uma prioridade da gestão dele concluir esses julgamentos ainda neste ano.

No início da semana, o governador do Maranhão, Flavio Dino, entrou com uma ação no STF pedindo que o estado seja autorizado a elaborar e executar um plano de imunização contra a Covid-19, com a ajuda financeira da União para a compra das vacinas. O governo local quer comprar a vacina diretamente dos fabricantes, mesmo que os insumos não tenham ainda registro na Anvisa. Essa ação ainda não está pautada para julgamento.