REINSERÇÃO

Suzane Richthofen é ‘esperta e dedicada’, diz colega de turma: ‘Termina provas em 5 minutos’

Suzane estava presa desde 2002 por matar os pais, e foi solta no dia 11 de janeiro deste ano, após a Justiça conceder progressão para o regime aberto

Suzane Richthofen é 'esperta e dedicada', diz colega de turma: 'Termina provas em 5 minutos'
Suzane Richthofen é 'esperta e dedicada', diz colega de turma: 'Termina provas em 5 minutos' (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Suzane von Richthofen é uma aluna dedicada e inteligente, segundo relatos de um jovem que estudou com a paulista no último semestre letivo. Ao GLOBO, o rapaz, que prefere não ser identificado, contou que cursou disciplinas com ela logo que ingressou na universidade, e disse que Richthofen é conhecida por ser excelente aluna.

— Ela sentava na frente, prestava bastante atenção e é esperta. Também é quieta, sentava sozinha, mas tinha algumas amigas nos corredores — conta.

Apesar de quieta, ele conta que ela costuma interagir com professores e demonstra rapidez durante as provas e trabalhos da graduação.

— Ela terminava uma prova em menos de cinco minutos. Todo mundo terminava as provas em uns 40 minutos, e ela em menos de cinco — diz.

Suzane estava presa desde 2002 por matar os pais, e foi solta no dia 11 de janeiro deste ano, após a Justiça conceder progressão para o regime aberto. Ela cumpria pena em um presídio em Tremembé, no interior de São Paulo.

A paulista já estudava, mas, este ano, mudou de instituição. Segundo informações do g1, ela é, agora, estudante de uma universidade particular de Itapetininga. Antes, estudou em outra universidade na cidade de Taubaté.

‘Desejaria boa sorte e mudaria de calçada’

O agora piloto e designer de motos Daniel Cravinhos, que prefere ser chamado de Daniel Bento, falou sobre a ex-namorada Suzane von Richthofen duas décadas depois do assassinato dos sogros Manfred e Marísia.

Aos 42 anos, cinco após deixar o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, ele tenta seguir a vida com o auxílio da motovelocidade. Cravinhos é um dos responsáveis pela morte do casal, a mando de Richthofen, e foi condenado a 39 anos de prisão.

Desde 2018 longe da cadeia, após receber o benefício da Justiça de cumprir a pena em liberdade, ele afirma que a pintura de motos e o aeromodelismo têm o ajudado no processo de ressocialização. Em entrevista ao jornalista Ullisses Campell, nesta segunda-feira, ele narrou como reagiria se tivesse a oportunidade de reencontrar Richthofen hoje em dia.

— Acho que não tenho mais nada pra falar com ela. Minha história com a Suzane acabou no dia 31 de outubro de 2002 (data do assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen). Agora, ela é vítima de si mesma — declarou Daniel, que diz ter se livrado da “mágoa” e da “raiva”: — Percebi que minha vida não andava para frente enquanto alimentava esses sentimentos negativos no coração. Sendo assim, se a encontrasse na rua, falaria “boa sorte na sua caminhada”. E mudaria de calçada — revelou o paulista.

Cravinhos também contou como lida com o peso do assassinato do casal e o que faria de diferente se pudesse voltar no tempo. Segundo ele, a ideia de matar os pais da ex foi da própria Suzana, mas destacou não se eximir da responsabilidade. — Uma pena foi a gente envolver o Cristian, que tentou “melar” o plano várias vezes — acrescentou.

— Hoje, o casal Richthofen aparece no meu sonho sempre fazendo coisas boas para mim. Outro dia sonhei com o Manfred e a Marísia me perdoando e apoiando o meu recomeço — relatou.