Tarcísio sofre crise renal em Londres e será submetido a exames
Governador, em viagem pela Europa, interrompeu agenda; ele soube de ataque em escola na capital paulista por telefone
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está em viagem pela Europa, sofreu uma crise renal e precisou interromper a sua agenda em Londres nesta segunda-feira (27).
O governador soube por telefone do ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste da capital paulista, 20 minutos após um adolescente atingir professores e alunos a facadas.
No entanto, ainda é improvável a volta de Tarcísio a São Paulo. Ele será submetido a exames para saber quantidade e tamanho de pedras nos rins, antes de definir os próximos passos. Interlocutores avaliam o retorno ao Brasil como positivo para sua imagem.
Tarcísio sentiu forte dores e, ainda no hotel, foi atendido por um médico da Embaixada Brasileira. Ele não chegou a ser internado.
O argumento principal para o seu retorno ao estado é que a atuação do governador na tragédia de São Sebastião deu a impressão de um gestor solidário, presente, e disposto ao diálogo —o oposto do seu padrinho político Jair Bolsonaro (PL).
A avaliação feita por políticos próximos a Tarcísio é a de que o desastre deu a chance para que a população de São Paulo conhecesse o governador, além arregimentar o processo de desbolsonarização de Tarcísio —em curso desde a campanha eleitoral e intensificado após a posse, sob o argumento de que ambos têm estilos distintos, o que não significa que não sejam aliados.
Nesta segunda, antes da crise renal, o governador usou as redes sociais para se manifestar sobre o episódio na escola Thomazia Montoro. No local, um aluno de 13 anos matou a facadas uma professora, além de ferir outras três e dois alunos.
“Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da escola estadual Thomazia Montoro. O adolescente de 13 anos já foi apreendido, e nossos esforços estão concentrados em socorrer os feridos e acolher os familiares”, escreveu o governador.
Depois, ele voltou ao Twitter para lamentar a morte da Elisabete Tenreiro.
Em Londres, o governador será representado nesta segunda pelo secretário de Negócios Internacionais, Lucas Ferraz.
De acordo com a Secretaria de Comunicação, Ferraz deverá participar de um almoço com representantes do setor financeiro na Embaixada Brasileira e, depois, de um debate na sede da Bloomberg com bancos, fundos de investimentos e empresas para estreitar relações com lideranças setoriais e detalhar oportunidade de negócios com o estado de São Paulo.
O objetivo da missão é atrair investimentos e apresentar o pacote de projetos do Programa de Iniciativa Privada. A gestão apresentou, em fevereiro, com mais de dez projetos de concessões e parcerias com a iniciativa privada, a maioria na área de transportes.
O plano inclui a transferência da sede administrativa do governo, atualmente no Morumbi (zona sul de São Paulo), para os Campos Elíseos, no centro da capital paulista. Foram citadas ainda a privatização da Emae (Empresa Metropolitana de Água e Energia) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico) —esta em até dois anos.
O pacote também inclui obras prometidas há décadas, como a conclusão do trecho norte do Rodoanel e o trem intercidades para ligar a capital a cidades como Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Santos.
Além disso, estão previstas a criação de novas linhas de trem e metrô e um túnel para facilitar a travessia entre Santos e Guarujá.