VIOLÊNCIA

A cada 19 horas, uma pessoa LGBTQIA+ é morta no Brasil

O Brasil é o país que mais mata e discrimina pessoas LGBTs no mundo. De…

O Brasil é o país que mais mata e discrimina pessoas LGBTs no mundo. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas, uma pessoa LGBTQIA+ é morta no país. Segundo a Rede Trans Brasil, a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans é assassinada no país. A expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos. - A cada 19 horas uma pessoa LGBTQIA+ é morta no Brasil
Pesquisa aponta que 76% dos brasileiros querem aula sobre diversidade na pré-escola (Foto: Reprodução/Freepik)

O Brasil é o país que mais mata e discrimina pessoas LGBTs no mundo. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas, uma pessoa LGBTQIA+ é morta no país. Segundo a Rede Trans Brasil, a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans é assassinada no país. A expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos.

Um levantamento da Acontece Arte e Política LGBTQIA+ e Grupo Gay da Bahia, divulgado no dia 14 de maio deste ano, revelou que o Brasil registrou 224 homicídios contra LGBTs em 2020.

Em entrevista ao Mais Goiás, a advogada especialista no direito LGBQIA+, Priscila de Sá disse que ao perceber os primeiros sinais de homofobia, a vítima deve se proteger e procurar a polícia. Uma vez que a violência acontece em ciclos e um caso de homofobia pode se tornar um homicídio, por exemplo. “Se a pessoa foi vítima de LGBTfobia, procure um advogado, a Defensoria Pública, denuncie”, orienta.

Caso Gabriel Garcia

Gabriel Garcia, de 22 anos anos foi baleado na terça-feira (22), em uma barbearia em Embu das Artes, na Grande São Paulo, enquanto se preparava para cortar o cabelo. O crime foi cometido por um homem encapuzado e armado que invadiu o salão onde Gabriel estava, efetuou os disparos e fugiu em seguida. Parentes e o namorado do jovem suspeitam que a motivação do crime tenha sido homofobia.

Em sua conta do Instagram, o namorado de Gabriel contou um pouco da história do casal. “Esse aqui é o Gabriel com 22 anos, meu namorado, meu melhor amigo, o amor da minha vida, estamos juntos há quase três anos. Nessa jornada durante a pandemia, ficamos sem emprego, as contas bateram na porta, pedimos doações e aguentamos até onde daria, só que chegou o dia que não tínhamos mais como segurar as pontas e cada um foi para casa de sua mãe. Recentemente, há duas semanas, Gabriel consegui emprego. Fiquei tão feliz por ele, os olhos dele enchiam de lágrima, contando seus sonhos e um deles era da gente voltar a ter nosso lar, para ficarmos juntinhos todos os dias.
Há quatro dias, fui contratado. Foi a melhor notícia que tivemos e já começamos a fazer nossos planos de quando iríamos pa ra nossa casinha. Nesta terça-feira, ele foi assassinado a sangue frio com três tiros na cabeça, dentro de uma barbearia. Mataram ele pelo o que ele é, por ele ser feliz, por ele amar. Uma pessoa de coração puro, que não tinha maldade com ninguém, sempre estendia a mão para ajudar o próximo, e hoje tive que ser obrigado a me despedir do amor da minha vida, com muita dor no peito e tristeza. Me dói de mais saber que não ouvirei mais sua voz, nem ler sua mensagem de bom dia ou acordar do seu lado dando aquele abraço quentinho e cheio de amor. Me dói mais ver que seus sonhos foram interrompidos. Uma pessoa cheia de vontade viver. Eu te amarei para sempre e [você] sempre estará no meu coração [me] lembrando de cada pedacinho da nossa história.  Parem de nós matar. EU SÓ PEÇO JUSTIÇA”.

O caso ganhou repercussão e até cantora norte-americana Miley Cyrus, 28, lamentou em seu Twitter o assassinato de Gabriel. Um internauta marcou a cantora, relatando o ocorrido. “Ei Miley, este é o Gabriel Garcia. Ele era um grande fã seu, brasileiro, e recentemente perdeu a vida para a brutalidade. Homofobia. Ele te amou muito”, escreveu o seguidor no Twitter.

Miley Cyrus respondeu à mensagem, relatando como se sentia pelo ocorrido. “Estou arrasada ao descobrir que um smiler perdeu brutalmente a vida devido ao ódio, julgamento e injustiça! Chamar esse ato perturbador de “homofobia” significaria que o agressor tinha “medo de” pessoas queer. O que é uma grande besteira. O coração desse humano estava cheio de ÓDIO e RAIVA”, escreveu a cantora